Uma experiência desenvolvida por um grupo de cientistas belgas para um programa de criminologia da BBC mostrou quão perto a ciência está de conseguir usar o DNA para proceder a identificação facial de suspeitos.
Uma equipa de cientistas da Universidade de Leuven, na Bélgica, desenvolveu um método para criar retratos-robot de suspeitos a partir das suas amostras genéticas – processo conhecido como montagem molecular.
Actualmente, o DNA só é útil à polícia para identificar um suspeito se pertencer a alguém que já esteja registado numa base de dados de amostras genéticas.
Mas a cirurgiã e apresentadora Gabriel Weston mostra, numa nova série sobre criminologia da BBC, que a tecnologia oferece a impressionante possibilidade de gerar uma face a partir de nada mais do que algumas células.
Weston extraiu amostras de DNA da sua saliva, enviou-as anonimamente para um grupo de cientistas na Bélgica, e desafiou-os a construir um retrato-robot do sujeito a que pertencia a amostra
Usando apenas 20 genes, uma equipa liderada por Peter Claes, investigador da Universidade de Leuven, fez sua tentativa – da qual resultou um retrato cuja semelhança com a apresentadora é apreciável.
Claes acredita que a sua técnica pode ser de grande utilidade no futuro para as investigações policiais.
“Se enviasse estes resultados a um detective, não entregaria apenas o retrato, mas também detalhes sobre o sexo, tipo de queixo, até mesmo a estrutura das sobrancelhas, por exemplo”, explica o cientista à BBC.
“Isso ajudaria os investigadores a concentrar os seus esforços na procura de um suspeito”, acrescenta.
O próximo passo da equipa de Claes é agora expandir a base de genes usados no processo, de 20 para 200, para conseguir mais detalhe no retrato obtido.
ZAP / BBC