Cientistas australianos mais perto da criação de uma vacina contra a asma

A contração de infeções respiratórias graves aumenta o risco de os bebés desenvolverem asma mais tarde. A administração do medicamento OM-85 impede que as infeções se tornem graves e pode ser a chave para a criação de uma vacina contra a asma.

Uma equipa de investigadores australianos está mais perto de conseguir desenvolver uma vacina para asma ao dar aos bebés um medicamento que treina o sistema imunitário chamado OM-85.

O OM-85 resulta de uma combinação de moléculas extraídas as paredes das bactérias que causam as infeções respiratórias mais comuns. A medicação ainda não está disponível na Austrália, mas há décadas que é amplamente usada na Europa e na América do Sul, revela a Cosmos.

Nos nossos tratos gastrointestinais, as bactérias treinam o sistema imunitário ao enviarem uma corrente de sinais através do revestimento mucoso até aos tecidos perto das células imunitárias.

O OM-85 funciona ao melhorar este processo de treino com o estímulo da maturação dos linfócitos T no intestino superior. Quando chegam à maturidade, estas células podem migrar para outras superfícies mucosas no corpo para reforçarem as defesas — um processo que é essencial na proteção dos pulmões e das vias respiratórias.

Desta forma, a administração do OM-85 pode ser feita de forma preventiva para quem tem um maior risco caso contraia uma infeção respiratória. Os bebés que tenham uma infeção destas têm um maior risco de desenvolverem asma quando crescem, pelo que este medicamento pode ser a chave para a prevenção da doença.

A equipa liderada pela estudante de doutoramento Niamh Troy procurou procurar porque é que este tratamento funciona para que se possa avançar para a criação de uma vacina. Os resultados foram detalhados num estudo publicado na Journal of Allergy and Clinical Immunology.

Os cientistas observaram amostras de bebés que receberam o OM-85 ou um placebo para verem como os seus genes imunitários respondiam a uma infeção.

“Concluímos que os bebés que receberam o tratamento tinham um ‘alarme’ do imunitário mais forte que enviava um sinal ao sistema imunitário no início da infeção. Também concluímos que estes bebés tiveram uma resposta inflamatória menor à infeção”, explica Troy.

A administração do medicamento não preveniu as constipações que os bebés apanham, mas impediu que estes casos se tornassem graves e pudessem aumentar o risco de desenvolverem asma mais tarde.

“Ao entendermos como o OM-85 ajuda os bebés a lutar contra as infeções respiratórias, estamos um passo mais perto de entendermos como prevenir que desenvolvam asma”, remata Troy.

Os resultados do estudo vão ser tidos em conta pelo Centro Wal-yan, cujo objetivo é o desenvolvimento de uma vacina contra a asma.

ZAP //

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