Salve-se quem puder. Cientistas “sádicos” atiram estrelas para dentro de buraco negro virtual massivo

ESO, ESA/Hubble, M. Kornmesser

Estrela a ser sugada por buraco negro

Estrela a ser sugada por buraco negro (impressão artística)

Apesar de muitas estrelas serem destruídas pela força gravitacional dos buracos negros, algumas conseguem escapar practicamente ilesas. A densidade é a principal causa desta diferença.

O que acontece quando uma estrela entra num buraco negro? Esta é uma questão a que os cientistas da NASA tentaram agora responder, numa investigação que é a primeira a combinar os efeitos físicos da teoria da relatividade de Einstein com modelos realistas da densidade das estrelas.

Um novo estudo publicado na The Astronomy Journal detalha simulações feitas por supercomputadores que mostram oito tipo de estrelas que variam na densidade e na massa a serem atiradas contra um enorme buraco negro um milhão de vezes maior do que o nosso Sol.

Os buracos negros são essencialmente concentrações massivas de gravidade que agem como armadilhas – pode-se entrar neles, mas não se pode sair.

Os mistérios em torno do que acontece dentro deles até levou a dúvidas sobre a sua existência, mas a sua enorme atracção gravitacional provou que são reais, escreve o Jerusalem Post.

A simulação mostra que, à medida que se aproximam do buraco negro, as estrelas começam a deformar-se, sendo que algumas até se transformam num rasto enorme de gás – um fenómeno cataclísmico chamado evento de perturbação de marés.

Mas há estrelas mais sortudas que conseguem escapar a esta enorme força de gravidade, sendo apenas parcialmente perturbadas e retendo alguma da sua massa. Quando “fogem” do buraco negro, estas voltam à sua forma normal.

Então, o que origina esta diferença entre as estrelas que são sugadas pelos buracos negros e as que sobrevivem só com arranhões?

A resposta imediata pode parecer ser a massa, mas o astrofísico Taeho Ryu, que é o autor das simulações, acredita que a densidade é o factor-chave, afirma o Phys.org.

A equipa de Ryu também investigou como outras características, como a diferente massa do buraco negro ou aproximações entre as estrelas, afectam os eventos da perturbação de marés.

Estes resultados vão ajudar os astrónomos a estimar a frequência destes eventos aterrorizadores no universo e na construção de imagens mais precisas e realistas.

O mistério sobre este fenómeno é um dos aspectos dos buracos negros que mais fascina os cientistas e este novo estudo ajudou a levantar um pouco mais o véu sobre o que acontece no cosmos.

Adriana Peixoto, ZAP //

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