Uma equipa internacional de investigadores encontrou 12.556 novas espécies de bactérias e arqueias que nunca foram cultivadas num laboratório, usando uma técnica chamada metagenômica.
“Fomos capazes de reconstruir milhares de genomas cultivados em metagenoma (MAGs) diretamente de amostras ambientais sequenciadas sem a necessidade de cultivar os micróbios em laboratório”, disse o geneticista e autor do estudo Stephen Nayfach.
O investigador realçou que isso “faz com que este estudo se destaque dos anteriores, pois é notável a diversidade ambiental das amostras que analisamos”.
A equipa teve acesso a um enorme banco de dados de mais de 10.000 metagenomas – um termo que classifica todo o material genético de uma amostra ambiental. Todo o ADN extraído foi clonado e então sequenciado usando minúsculas fitas do genoma, antes de tentarem encaixar esses pequenos pedaços de ADN todos juntos novamente.
Através do uso de técnica chamada “binning”, os especialistas foram capazes de juntar 52.515 MAGs a partir dos dados – muitos deles de alta qualidade e todos com mais de 50% do seu genoma completo.
Estes cientistas não são os primeiros a encontrar micróbios usando a técnica metagenômica. Em 2018, uma equipa também descobriu 16 vírus gigantes, enquanto em 2017 outros investigadores encontraram 20 novos ramos evolutivos na árvore da vida usando estes métodos, avança a Science Alert.
No entanto, neste novo estudo publicado no dia 9 de novembro na Nature Biotechnology, os especialistas estavam a tentar analisar amostras de uma grande variedade de áreas para preencher algumas das lacunas que existem no conhecimento sobre micróbios.
No estudo, os cientistas escreveram que realizaram uma “montagem metagenômica e binning em 10.450 metagenomas globalmente distribuídos de diversos habitats, incluindo de oceanos e outros ambientes aquáticos, ambientes associados a hospedeiros humanos e animais, bem como solos e outros ambientes terrestres”.
Quando a equipa verificou a presença de genomas de isolados, MAGs de estudos anteriores e genomas de células individuais, descobriram que 12.556 dos 50.000 MAGs nunca tinham sido sequenciados antes.
“Olhando através da árvore da vida, é impressionante quantas linhagens não cultivadas são representadas apenas por MAGs. Embora esses genomas sejam imperfeitos, eles ainda podem revelar muito sobre a biologia e a diversidade de micróbios não cultivados”, concluiu Nayfach.