Pode ser fácil culpar um gato por não gostar de festas, mas o que provavelmente está acontecer é que não estamos a acariciá-lo da forma correta.
Para entender a razão pela qual isto pode acontecer, primeiro é necessário saber um pouco mais sobre a ancestralidade dos gatos. É provável que os antepassados do gato doméstico fossem considerados como um mero controlo de pragas, mas os gatos modernos costumam ser tratados como nossos companheiros.
Acredita-se que esta mudança social no relacionamento entre humanos e gatos tenha ocorrido há cerca de 4 mil anos — um pouco depois do “melhor amigo do homem”, o cão.
Embora isto possa parecer uma quantidade suficiente de tempo para uma espécie se adaptar totalmente, é improvável que isso seja o caso dos nossos amigos felinos. Gatos domésticos também exibem uma divergência genética relativamente modesta dos seus ancestrais, o que significa que os seus cérebros provavelmente ainda estão programados para pensar como um gato selvagem.
Gatos selvagens têm vidas solitárias e investem tempo e esforço consideráveis a comunicar indiretamente — via mensagens visuais e químicas — apenas para evitar a necessidade de se verem. Por isso, é improvável que os gatos domésticos herdem muitas habilidades sociais complexas dos seus ancestrais.
Embora muitos gatos gostem de ser acariciados, a interação humana é algo que eles têm que aprender a apreciar durante o seu relativamente curto período sensível — entre duas e sete semanas de idade.
Quando se trata de interações homem-gato, as características dos seres humanos também são importantes. As nossas personalidades e género, as regiões do corpo do gato em que tocamos e como geralmente lidamos com os gatos podem ter um papel importante na maneira como o gato responde às nossas afeições.
E enquanto alguns gatos podem reagir agressivamente à atenção física indesejada, outros podem simplesmente tolerar em troca de comida e alojamento.
Como acariciar um gato
A chave para o sucesso é concentrar-se em dar ao gato o maior controlo e escolhas possíveis durante as interações. Por exemplo, a escolha de indicar se eles querem ser acariciados ou não, e controlar onde tocamos e por quanto tempo.
Devido à nossa natureza tátil, esta abordagem pode não surgir instintivamente para muitos de nós e provavelmente exige um pouco de autocontrolo. Mas pode valer a pena, já que investigações mostram que interações com gatos tendem a durar mais quando é o gato a iniciá-las.
Também é muito importante prestar atenção ao comportamento e postura do gato durante as interações, para garantir que ele está confortável. Quando se trata de tocar, menos muitas vezes é mais. Vários cientistas analisaram o comportamento dos gatos nestas interações, nomeadamente um estudo publicado em 2017 na revista Behavioural Processes.
Regra geral, os gatos mais amigáveis gostam de ser tocados nas regiões onde as suas glândulas faciais estão localizadas, incluindo a base das orelhas, o queixo e ao redor das bochechas. Estes lugares são normalmente preferidos em relação a áreas como a barriga, costas e cauda.
Cauda na vertical e a agitar suavemente de um lado para o outro, ronronar, massajar-nos com as patas, orelhas espetadas e apontadas para a frente são indícios claros que sugerem que um gato está a gostar de ser acariciado.
Por outro lado, desviar a cabeça de nós, não ronronar, piscar exageradamente os olhos, espasmos nas costas, bater-nos com a cauda, orelhas para trás ou afastar a mão com as patas são provas de que talvez seja melhor não insistir nas carícias.
ZAP // The Conversation
A ciência explica tudo também… Se calhar antes da ciência “explicar” como se dá festas a um gato já o ser humano o sabia há milhares de anos por experiência meramente empírica.
Vejam lá que eu desde sempre soube que os gatos gostam de ser acariciados na base das orelhas, no queixo e ao redor das bochechas sem ajuda da “tia ciência” e dos seus “Cérebros programados”. E vejam lá que eu instintivamente pelo linguagem corporal de um gato pressinto logo quando ele não está a gostar das festas… Sem a nova religião (vulgo ciência) me ditar o que eu hei-de fazer, pensar e sentir.
Devo ser sobredotado.