Lendária cidade perdida que foi engolida pelo oceano mapeada pela primeira vez

Ralf Roletschek / Wikimedia

Os cientistas encontraram vestígios da cidade de Rungholt, que terá sido engolida pelo mar como castigo pelos pecados dos habitantes.

Uma equipa de arqueólogos mapeou pela primeira vez a cidade perdida de Rungholt. Segundo a lenda, a cidade próspera que fica na costa do norte da Alemanha, foi engolida pelo mar numa única noite durante uma violenta tempestade que terá sido um castigo pelos pecados dos seus habitantes, como o abuso no consumo de álcool, a impiedade e a ostentação da riqueza.

A gota de água terá sido quando, na época natalícia, um grupo de jovens bêbados tentou forçar um padre a dar o último sacramento a um porco numa taberna. O padre foi depois à igreja rezar e pedir a Deus que castigasse os jovens, tendo saído da cidade no dia seguinte.

Pouco depois da saída do padre, uma grande tempestade terá atingido Rungholt e a cidade terá sido engolida pelo oceano. As lendas medievais dizem que o som da torre do sino ainda pode ser ouvido vindo das águas profundas, de acordo com a Insider.

A existência da cidade foi muito questionada, mas uma nova pesquisa descobriu a igreja de Rungholt no Mar de Wadden. Os arqueólogos da Universidade de Kiel descobriram aproximadamente 1,9 quilómetros de montes medievais em torno de uma ilha agora conhecida como Südfall, após mapearem o local com uma inspeção geofísica.

Para além das fundações de um grande igreja, foi também descoberto um sistema de drenagem. “Os povoados que continuam escondidos sob os lodaçais são primeiro localizados e mapeados numa ampla área usando vários métodos geofísicos, como gradiometria magnética, indução eletromagnética e sísmica”, afirma Dennis Wilken, a geofísico da Universidade de Kiel.

O comunicado de imprensa diz ainda que as investigações nas planícies de marés continuaram a revelar “novas descobertas significativas” sobre as vidas da população da região na Idade Média.

Os cientistas estão numa corrida contra o tempo, já que a erosão está a destruir os restos. “Os restos de povoamentos medievais já estão fortemente erodidos e muitas vezes apenas detetáveis ​​como impressões negativas. Portanto, precisamos urgentemente de intensificar a pesquisa”, explica Hanna Hadler, investigadora do Instituto de Geografia da Universidade de Mainz.

ZAP //

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