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A Cidade do México proibiu tampões menstruais com aplicador. Agora, as mulheres estão furiosas

A Cidade do México já tinha proibido outros objetos compostos por plástico, como é o caso de copos e palhinhas, mas agora foi mais longe e resolveu banir os tampões menstruais que contém aplicadores. No entanto, a decisão da capital mexicana deixou as mulheres furiosas.

Sem esperar a decisão, mais de 30 organizações entraram com uma queixa oficial no órgão de anti-discriminação da cidade, acusando o poder local – atualmente dirigido por Claudia Sheinbaum – de violar os direitos das mulheres.

A organização Menstruación Digna argumenta que os governantes da cidade esqueceram-se que mais de 30% das pessoas na Cidade do México vivem na pobreza e mais de 2% não têm acesso a água potável, o que torna o uso de alternativas, como os copos menstruais, que são mais caros, mais desafiantes.

As ativistas defendem que, com a proibição, os governantes estão a ajudar a ampliar as diferenças de género e a gerar “pobreza menstrual”.

A norma entrou em vigor em janeiro deste ano, e o Twitter foi de imediato dominado por críticas de utilizadores que alegavam que o poder local não emitiu um aviso prévio sobre a implementação da nova regra.

Vários ativistas questionam a razão pela qual se decidiu proibir um produto tão vital que produz uma quantidade uma pequena de lixo.

“Embora a proporção [de plástico] possa ser pequena, é importante para nós”, explicou Marina Robles, responsável pela pasta do Meio Ambiente, ao VICE.

Robles garante que esta “foi uma medida muito técnica, bem estudada, associada à forma do aplicador do tampão, pois este pode ficar preso na garganta e no estômago dos animais”, acrescentou.

Nas redes sociais muitas mulheres questionam por que razão o produto foi proibido enquanto a Coca-Cola continua a vender vários tipos de garrafas de plástico em todo o país.

Para já, como a nova lei que proíbe os absorventes internos com aplicador de plástico está a ser aplicada em algumas lojas e não em outras, as mulheres da capital mexicana estão a tentar comprar o máximo de tampões que conseguem.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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