Chuva forte e ventos que ultrapassaram os 200 km/h. Foi a tempestade mais forte a atingir o arquipélago nos últimos 90 anos.
França prepara-se para lidar com as consequências de uma das suas maiores catástrofes humanitárias deste século: a passagem do ciclone tropical Chido nas ilhas de Mayotte.
No sábado passado, o arquipélago no Oceano Índico – entre Madagascar e a costa de Moçambique – foi severamente afetado pelo ciclone.
Houve chuva forte e ventos que ultrapassaram os 200 km/h. Foi a tempestade mais forte a atingir Mayotte ao longo dos últimos 90 anos.
Segundo estimativas da delegação governamental do departamento, teme-se que haja “várias centenas de mortos”.
Numa entrevista ao canal público de televisão local Mayotte la 1er, o delegado do Governo francês no departamento de Mayotte, François-Xavier Bieuville, declarou que será “muito difícil” fazer um balanço final e que, na pior das hipóteses, o número de mortos será “próximo de um milhar ou mesmo de vários milhares”.
Até esta segunda-feira de manhã, estavam confirmadas 14 mortes. Mas no caso de chegarem a milhares de mortos, o ciclone Chido em Mayotte ficará para a história como uma das piores catástrofes do século XXI em território francês.
A situação do sistema de saúde no arquipélago francês de Mayotte, devastado por um ciclone, está “muito degradada com um hospital muito destruído e centros médicos igualmente inoperantes”, disse hoje a ministra da Saúde da França.
“O hospital sofreu danos significativos de água e também degradação, nomeadamente nas áreas de cirurgia, reanimação, urgência, maternidade, partes essenciais do funcionamento do hospital”, descreveu Geneviève Darrieussecq.
Em declarações ao canal França 2, a ministra da Saúde e Solidariedade francesa mostrou-se preocupada com a situação, mas garantiu que o equipamento continua a funcionar.
“Apesar de tudo [o hospital] continua a funcionar ainda que de forma precária”, disse a governante que também descreveu a existência de “centros médicos igualmente inoperantes”.
A torre de controlo do aeroporto também foi atingida; todos os voos comerciais estão suspensos.
Mayotte é uma das zonas mais pobres de França e lida há décadas com problemas de violência, relacionados com gangues.
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, já transmitiu condolências e solidariedade a Emmanuel Macron, presidente de França, pelas vítimas e desalojados provocados pelo ciclone Chido.
Em Moçambique, pelo menos quatro pessoas morreram e outras 37 ficaram feridas nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, anunciaram organizações no terreno.
ZAP // Lusa