Ciberataque: clientes vão ser abordados por pessoas que “dizem ser da Vodafone”

Os ciberataques trazem consequências económicas e as pessoas ficam desconfiadas dos governantes do seu país.

Milhares de casas afectadas, INEM e bombeiros condicionados, caixas Multibanco que deixaram de funcionar. Ciberataques semelhantes ao que atingiu a Vodafone afecta todos estes serviços, mas vão muito mais além disso.

Desde logo, os ataques informáticos, sobretudo em larga escala ou dirigidos a empresas de topo, trazem consequências económicas. Só no ano passado este tipo de ataques originou quebras na ordem dos 5 mil milhões de euros na economia mundial, de acordo com a Cybersecurity Ventures.

Os números, partilhados pelo jornal Público, ainda vão piorar. Prevê-se que, anualmente, essa quantia aumente 15% ao longo dos próximos quatro anos. Roubo e destruição de dados, perda de produtividade, roubo de propriedade intelectual e custo da reparação dos danos: tudo está envolvido nestas contas.

A economia sai afectada mas a política também. Segundo Annie Fixler, directora adjunta do Centro de Inovação Cibernética da Fundação para a Defesa da Democracia, os ciberataques “corroem a confiança das pessoas nos seus governantes”.

“Parece que só a informação falsa e as notícias falsas fazem isto, mas os ciberataques, especialmente os ataques a infra-estruturas críticas, afectam bastante a confiança que alguém tem nos seus governantes”, avisa a especialista.

Prevenir ou “suavizar” as consequências de um ataque não deve ser um plano dos responsáveis por uma empresa que já foi atacada através da internet. Ricardo Negrão, da empresa Aon, explica: “Não é só a empresa atacada que tem de ter um plano de continuidade. As empresas têm de pensar na possibilidade de os seus parceiros serem alvo de ciberataques”.

João Manso, especialista em cibersegurança, deixou outro tipo de alerta: o aproveitamento que deve surgir na sociedade, após este ataque informático à Vodafone. Igualmente em entrevista ao Público, João Manso prevê “novos capítulos” neste processo criminoso.

“Haverá tentativas ilícitas de terceiros de explorar a fragilidade a que os clientes da Vodafone vão estar expostos. Os clientes vão tentar utilizar outros canais e vão estar eventualmente mais disponíveis para serem contactados por alguém que diz ser da Vodafone“, avisou o antigo especialista de Comunicações e Segurança para o Estado Maior das Forças Armadas.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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