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China acusa FedEx de desviar encomendas da Huawei

A empresa norte-americana de entregas FedEx é suspeita de ter violado a lei chinesa, por ter desviado encomendas do grupo chinês de telecomunicações Huawei, informou hoje a imprensa estatal chinesa.

A agência noticiosa oficial Xinhua avançou que as autoridades do país encontraram “pistas” que indicam que a empresa norte-americana violou a lei. Em junho, a Xinhua informou que a FedEx estava a ser investigada por “minar os direitos e interesses legítimos” dos clientes chineses.

A investigação, seguida de um anúncio de que a China vai criar uma lista de empresas estrangeiras não confiáveis, foi vista como retaliação pela decisão de Washington de colocar a Huawei numa lista negra de entidades, que implica que as empresas norte-americanas precisem de autorização para venderem tecnologia sensível ao grupo chinês.

Segundo apurou a investigação, a FedEx não entregou mais de 100 pacotes enviados pela Huawei.

A empresa norte-americana não comentou ainda aquelas informações, mas afirmou anteriormente que a falha nas entregas deveu-se a um erro operacional. A Xinhua afirmou hoje que isso “não está de acordo com os factos”.

Em junho passado, a FedEx pediu desculpa pelo desvio dos pacotes, após a Huawei afirmar que os artigos enviados desde o Japão, com destino a diferentes cidades na China, terem acabado nos EUA.

Washington tem aumentado a pressão sobre a Huawei, que acusa de cooperar com a espionagem chinesa, num contexto de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Os governos dos dois países impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um. As disputas estão a atingir também empresas e indivíduos.

Em dezembro passado, a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, foi detida no Canadá a pedido dos EUA.

Entretanto, a China deteve dois cidadãos canadianos — Michael Kovrig, ex-diplomata que trabalhava para a unidade de investigação International Crisis Group, e Michael Spavor, que organizava viagens à Coreia do Norte — por constituírem uma “ameaça à segurança nacional”.

As disputas comerciais entre os dois países continuam a pesar sobre a economia global, e foram um dos fatores que levou o Fundo Monetário Internacional a reduzir a sua estimativa para o crescimento da economia mundial, este ano, para 3,2%.

Em causa está a política de Pequim para o setor tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

// Lusa

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