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China detecta “irregularidades” no maior acionista da EDP

Buster&Bubby / Flickr

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A China Three Gorges, o maior acionista da EDP, está a reduzir a dimensão dos gabinetes dos seus líderes e a usar automóveis de serviço mais baratos, corrigindo “irregularidades” detectadas pela Comissão Central de Disciplina do Partido Comunista Chinês.

A correção foi anunciada na segunda-feira pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, que cita um relatório no site da China Three Gorges (CTG). Trata-se de uma das maiores estatais chinesas na área da energia, com cerca de 11 mil trabalhadores.

Alguns gabinetes foram considerados “demasiado grandes” ou “excessivamente decorados”, e, em vez de um Audi 2.8L, os dois principais executivos da empresa passaram a andar num Audi 2.4L, indicou a mesma fonte.

Na sequência de uma inspeção de dois meses feita pela Comissão Central de Disciplina do PCC, a empresa “prometeu continuar a reduzir os gastos em veículos, viagens ao estrangeiro e receções, que tradicionalmente são as três maiores fontes de corrupção e de desperdício”, afirma a Xinhua.

Em 2013, houve uma redução de 52,49 milhões de yuan (6,3 milhões de euros) nessas rubricas e este ano haverá mais um corte de 10%, refere a agência.

Segundo a Xinhua, os inspetores da Comissão Central de Disciplina do PCC detectaram também “abuso de poder em licitações e contratos de projetos”, “falta de transparência no processo de decisão da companhia” e “ineficiências na comunicação entre funcionários com cargos importantes”.

O presidente da CTG, Cao Guangjing, é membro suplente do Comité Central do PCC.

Cao Guangdong disse que “a companhia adotará uma atitude de tolerância zero face à corrupção e punirá severamente os que estiverem envolvidos em casos de corrupção”, afirmou a Xinhua.

O combate à corrupção, nomeadamente nas grandes empresas estatais, tem sido uma prioridade da nova liderança do PCC, eleita há menos de um ano e meio.

A CTG tornou-se o maior acionista da EDP em 2012, depois de ter pago 2.700 milhões de euros por 21,35% do capital da elétrica portuguesa.

A participação foi vendida pelo Estado português num concurso internacional a que concorreram também uma empresa alemã e duas brasileiras.

/Lusa

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