A China descobriu vastas quantidades de um material supercondutor raro: o niobobaotite. Além do seu uso na indústria do aço, poderá tem aplicações em campos tecnológicos avançados, incluindo baterias de lítio e equipamentos de ressonância magnética, tornando esta descoberta particularmente estratégica para a China e agitando o mercado global. EUA também procuram investir.
Geólogos chineses descobriram um novo mineral rico em nióbio, denominado niobobaotite, na Mongólia Interior.
O anúncio foi feito pela China National Nuclear Corporation (CNNC), na semana passada.
“A descoberta é significativa para a China, já que a maior parte do nióbio que a China utiliza na indústria siderúrgica é importada”, explicou ao South China Morning Post Antonio H. Castro Neto, professor da Universidade Nacional de Singapura, citado pela Interesting Engineering.
Nesse sentido, a dependência chinesa de importações de nióbio deverá diminuir drasticamente, tornando a China autossuficiente em nióbio.
Aplicações do nióbio
O nióbio, proveniente principalmente do Brasil e do Canadá, é um elemento chave, por exemplo, na produção de aço. Quase 90% do nióbio mundial é utilizado para a indústria siderúrgica. A adição de apenas 0,03% a 0,05% de nióbio pode aumentar a resistência do aço em mais de 30%.
Além disso, as propriedades do nióbio fazem dele um supercondutor, com capacidades excecionais de condução de corrente a baixas temperaturas.
A descoberta também poderá impulsionar avanços nas baterias de nióbio-grafeno e nióbio-lítio, oferecendo vantagens sobre a atual tecnologia de iões de lítio.
Poderá ainda ser utilizado na produção de equipamentos médicos, como máquinas de Ressonância Magnética e em espectrómetros de Ressonância Magnética Nuclear.
Niobobaotite agita mercado global
Dada a sua ocorrência rara – apenas vinte partes por milhão na crosta terrestre – o niobobaotite poderá ter implicações de grande alcance para as indústrias domésticas da China e para a sua posição no mercado global.
De acordo com a Popular Science, os EUA também estão a tentar entrar no mercado de nióbio, com o objetivo de reduzir a dependência de importações.
Com a China a importar atualmente cerca de 95% das suas necessidades de nióbio, esta descoberta poderá mudar drasticamente a dinâmica global de fornecimento.
Este é já o 13º novo mineral encontrado no país, desde a criação do sistema geológico nuclear da China, há 70 anos.