Pode a China acabar com a guerra na Ucrânia? Putin diz que sim

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Xinhua / EPA

O Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que o plano de paz para a Ucrânia apresentado pela China pode servir de base para uma resolução do conflito quando o Ocidente estiver preparado para isso.

“Muitas das disposições do plano de paz apresentado pela China são consonantes com as abordagens russas”, disse Putin, citado pela agência russa TASS.

Putin disse que tais disposições “podem ser tomadas como base para um acordo pacífico quando estiverem prontas para ele no Ocidente e em Kiev”.

Mas, “por enquanto, não demos tal disposição” do outro lado, disse Putin ao lado do líder chinês, Xi Jinping, após assinar vários acordos no Kremlin, em Moscovo.

“A Rússia e a China podem encontrar uma solução até para os problemas mais complicados”, acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.

Xi garantiu que a China é “imparcial” em relação à guerra na Ucrânia e diz que está do “lado certo da História”.

“Somos constantemente guiados pela Carta das Nações Unidas, defendendo uma posição imparcial”, atirou o Presidente chinês.

Rússia oferece-se para satisfazer necessidades energéticas da China

Putin garantiu a Xi Jinping que a Rússia está em condições de satisfazer as crescentes necessidades energéticas da China.

“As empresas russas são capazes de satisfazer a crescente procura de energia da China”, disse Putin a Xi durante as conversações entre as duas delegações oficiais, segundo a agência francesa AFP.

Putin disse que o objetivo é fornecer à China pelo menos 98 mil milhões de metros cúbicos de gás e 100 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) até 2030.

A Rússia é alvo de sanções por parte dos aliados ocidentais por ter invadido a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, que têm penalizado a economia do país, incluindo as exportações de gás e petróleo.

Desde a invasão, cerca de 120 empresas ocidentais de uma vasta gama de setores cessaram temporariamente as atividades na Rússia ou saíram definitivamente do país, afetando a economia russa, que procura alternativas.

Putin ofereceu apoio às empresas chinesas que desejam preencher os nichos deixados pelas empresas ocidentais.

“Estamos prontos a apoiar as empresas chinesas para substituir a produção das empresas ocidentais que deixaram a Rússia”, disse Putin, citado pela agência espanhola EFE.

Xi disse que quer “reforçar a cooperação e a coordenação” entre a China e a Rússia, dois membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas com poder de veto.

“Estou pronto a elaborar convosco um plano para reforçar as relações bilaterais”, disse também o líder chinês, de acordo com a tradução oficial russa das suas observações.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. A China de momento não tem qualquer interesse em acabar com a guerra na Ucrânia, os motivos são claros, está a enfraquecer e de que maneira a Russia, por quem nunca morreu de amores, está a comprar a preço de saldos muitas materias primas que necessita, desde o petroleo ao gás natural, mas não só, e ao mesmo tempo está a enfraquecer os EUA e a Europa. Poroutro lado não se quer envolver demasiado pois os seus negocios e quase toda a sua economia dependem da Europa e também dos EUA e sanções secundarias são o que não pretendem. Tentam fazer um equilibrio precario, até podem pensar estar a conseguir, mas entretanto a Europa finalmente abriu os olhos e viu que não pode depender de paises autoritarios como a Russia e a China, os EUA já tinha visto isso um pouco antes. Em resumo nós europeus iremos estratégicamente ficar cada vez menos dependentes dos Chineses no que respeita a importações, e ainda bem. A China terá tendencia a ficar um país também cada vez mais fechado e beligerante, como a Russia mas com alguns anos de atraso, mas a Ucrânia foi uma grande lição para todo o mundo. Quanto a uma grande potência militar demorará alguns anos, já todos vimos que numa guerra convencional as coisas ficam bastante equilibradas mesmo que uma superpotência como a Russia envolva quase todos os seus meios. Quanto ao nuclear serve de dissuação mas duvido que seja utilizado em grande escala e até mesmo em pequena escala. Seria o fim do mundo e os politicos podem ser corruptos, ladrões, mas não são estupidos e ainda por cima não as disparam sozinhos. As guerras serão quase certamente convenionais e o proximo grande risco será Taiwan e parte do seu futuro joga-.se na Ucrânia .

    • “A China terá tendencia a ficar um país também cada vez mais fechado e beligerante, como a Russia mas com alguns anos de atraso, …”
      Em armamento convencional estão décadas à frente da Rússia!!!! Não tem nada a ver. No domínio nuclear é que ainda possuem poucas bombas atómicas. Mas as que têm atualmente já chegam para praticamente acabar com uma boa parte dos países adversários.

  2. Grande submissão da Rússia à China. Putin está a vender a Rússia aos chineses a preço de Saldo e ainda tem que ouvir Xi dizer que subscreve a Carta das Nações Unidas que defende a inviolabilidade territorial das nações soberanas. O Xi é uma cobra, apresenta-se ao Ocidente como imparcial para negociar a paz na Ucrânia enquanto faz negócios com Putin que enfraquecem o Ocidente.

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