Adormecido há séculos, o equatoriano vulcão Chimborazo guarda o título de pico terrestre mais afastado do centro do planeta. Um centro da Terra mítico que há séculos espicaça a inventiva de escritores.
Chimborazo é um estrato-vulcão do Equador. É a mais alta montanha do país e do mundo, se medida desde o topo até ao centro da Terra, e está situado na província de Chimborazo, culminando a 6267 metros de altitude e situa-se perto de Riobamba, a cerca de 180 km ao sul de Quito. É o pico mais alto dos Andes equatoriais, dominando uma região de 50 mil km² e apresentando uma base de 20 km de diâmetro.
Até ao início do século XIX, Chimborazo era considerado a mais alta montanha da Terra (a partir do nível do mar), o que levou a diversas tentativas de escalada. Em 1802, o naturalista alemão Alexander von Humboldt tentou escalá-lo, acompanhado por Aimé Bonpland e pelo equatoriano Carlos Montúfar, mas estes tiveram que desistir por causa da rarefação do ar.
O vulcão alimenta também o imaginário de muitos autores. Nas páginas de Viagem ao Centro da Terra, o escritor francês Júlio Verne transportava os seus personagens e o leitor para expedição impossível no espaço e no tempo. Sob a crosta terrestre, os heróis enfrentavam “monstros” do período Mesozoico, dinossauros de uma era afastada 65 milhões de anos.
Como recorda o DN, a aventura tornava-se possível com a decifração de um código criado no século XVI pelo alquimista islandês Arne Saknussemm. Uma vez mais, o autor de Viagem à Lua e Vinte Mil Léguas Submarinas punha a inventiva ao serviço das suas narrativas.
Quarenta anos mais tarde, o jornalista e escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs embrenhava a sua escrita na obra literária No Coração da Terra. Aí, localizou o mundo de Pellucidar, território no âmago do planeta, acessível apenas a partir de uma abertura no polo norte. Burroughs, criador de Tarzan, iniciava com esta obra um périplo pelo mundo inferior.
Também o escritor irlandês C.S. Lewis embrenhava nos interstícios terrestres a sua obra de ficção infantil A Cadeira de Prata (1953), título inserido na série As Crónicas de Nárnia. Literatura subterrânea que reuniu nomes como os norte-americanos Edgar Allan Poe, e H.P. Lovecraft e + J.R.R. Tolkien.
Edmund Halley, astrónomo e matemático britânico, previu com precisão a órbita do cometa que singrou nos céus terrestres em 1758. A descoberta valeu ao cientista inglês ver o seu nome viajar à boleia do cometa que visita a Terra a cada 75 ou 76 anos (a última aparição deu-se em 1986).
Em 1802, o esforçado e aclamado prussiano Alexander von Humboldt, com o botânico francês Aimé Jacques Bonpland, tentaram conquistar o Chimborazo, que era na época, tido como o pico mais elevado do planeta. A conquista nas alturas foi alcançada em 1880 pelo britânico Edward Whymper, que subiu aos 6267 metros a partir do nível do mar.
Nas décadas seguintes, o Chimborazo perderia para inúmeros picos asiáticos o título de mais alto gigante das alturas. Entre eles, soberano, o monte Evereste cuja altitude, fixada nos 8848 metros, foi calculada em 1852 pela mão do matemático e topógrafo indiano Radhanath Sikdar (medição que foi causa de disputa entre a China e o Nepal).
Apesar do gigantismo do Evereste, não fugiria ao adormecido vulcão Chimborazo o título de pico mais alto, medida a distância deste ao centro do planeta: 6384 km, face aos 6382 km da montanha inserida na cordilheira himalaia.
Uma vitória por dois quilómetros da montanha sul-americana frente à asiática que encontra explicação no facto de o planeta não se apresentar como esfera perfeita, mas ser antes ligeiramente achatado nos polos.
Uau. Uma diferença de 2 quilómetros!
Se calhar seria uma diferença de 2 metros. O Evereste tem 8848 metros e não quilómetros e o Chimborazo 6384 em relação ao nível do mar. Já a diferença em relação ao centro da Terra é de 6384 metros para o Chimborazo, contra os 6382 metros do Evereste. Assim, a diferença é somente 2 metros.
Caro leitor,
A diferença na distância ao centro da Terra é de 2 quilómetros.
Não são metros. As distâncias ao centro da terra são em quilómetros. 6384 para um e 6382 para outro. Logo, são 2 quilómetros de diferença. Não se esqueça que o diâmetro da Terra é aproximadamente 12000 quilómetros.
Caro Silva,
As distâncias ao centro da terra são para o Chimborazo de 6.384,416 Kms (nível do mar: 6,267 Kms) e para o Everest 6.382,605 Kms (nível do mar: 8,848 Kms).
A diferença são, de facto, 2 Kms (em rigor 1,811 Kms).
A distância ao contro da Terra nunca poderia ser 6 kms – é muito curto.
Abraço