André Ventura acredita que não terá menos de 8% na prova de fogo agendada para dia 30 de janeiro. O líder do Chega diz ainda ter aprendido a lição com o acordo nos Açores e assume que um novo acordo com PSD só acontece se forem assegurados lugares no Executivo.
Em entrevista ao Público e à Renascença, André Ventura admitiu estar confiante de que o Chega vai conseguir consolidar o lugar de terceira força política mais votada nas eleições legislativas de 30 de janeiro.
Aliás, vai mais longe ao considerar que o partido será inevitável para uma maioria de direita capaz de governar Portugal.
“Vamos manter o nosso discurso, porque entendemos que foi isto que nos trouxe ao crescimento que hoje temos, segundo as sondagens. Não vou moderar“, garantiu o líder partidário, que considera que uma maioria de direita não se constrói sem o seu partido.
“Nem que Cristo desça à terra o Chega vai deixar de ser a terceira força nacional, nem que Rio durma para um lado, durma para o outro, grite para um lado, grite para outro”, sublinhou.
“Ninguém acha possível o PSD, CDS e IL conseguirem uma maioria absoluta. Vão precisar do Chega. Não sou eu que digo, são as sondagens”, afirmou.
“Rui Rio sabe isso e quando diz ‘se eu precisar do Chega, eu abdico de governar’, ele vai ter de explicar aos portugueses na noite eleitoral que a direita tinha condições para uma maioria, mas como há o Chega não se quer meter nisto e abdica para o PS“, acrescentou.
“O eleitorado fará disso o juízo que tem de fazer e espero que o eleitorado de direita perceba, de uma vez por todas, que ali temos tudo menos direita.”
Açores? Ventura aprendeu a lição
Quanto à solução governativa nos Açores, André Ventura diz que o Chega aprendeu a lição e garante que uma eventual parceria com a direta terá de se traduzir em lugares no Governo, ao invés de um simples acordo parlamentar.
“Repare o que o PSD nos está a dizer. Para governar, vocês não servem, porque são muito radicais, mas para estarem lá para nos apoiarem já servem. Servimos para levantar a mão e baixar. A isso respondemos que não. O Chega não é um partido-muleta, para isso o CDS e a IL já estão lá“, atirou.
“Ele é que tem de dizer porque não quer ministros do Chega. Têm lepra, têm covid? Ele tem de decidir porque não quer isso. Porque não é de direita! Ele quer governar à esquerda”, acusou Ventura, num claro ataque ao líder social-democrata, Rui Rio.
“Na noite eleitoral, o que vai estar em causa é isto: Rio prefere ter como ministro da Justiça António Costa ou André Ventura?”
“Dia 30 de janeiro, só tem de dizer uma coisa à noite. ‘Aceito governar com este Chega ou prefiro ir para a cama com António Costa’.”