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Chefes da PJ foram apanhados porque roubaram droga a um cartel colombiano

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ukhomeoffice / Flickr

A mega-operação da Polícia Judiciária que levou à detenção de 15 pessoas, entre as quais dois membros históricos da própria força policial no combate ao tráfico de droga, terá sido despoletada por uma denúncia de um cartel de droga.

A chamada Operação Aquiles levou à detenção de 15 pessoas, entre as quais dois inspectores da PJ e um cabo da GNR, sob suspeita dos crimes de corrupção, tráfico de droga, branqueamento de capitais e associação criminosa.

Entre os detidos está Dias Santos, inspector já reformado que é definido pelo Diário de Notícias como “uma estrela da PJ no combate ao tráfico de droga” com 34 anos de serviço. O outro PJ envolvido, o inspector Ricardo Macedo, chegou a trabalhar com Dias Santos e está ainda no activo, tendo feito carreira também na luta contra o tráfico de estupefacientes.

Estes elementos terão recebido luvas de traficantes de droga, nomeadamente de grandes cartéis da América do Sul, para fornecerem informações sobre operações policiais e facilitarem a entrada de estupefacientes em Portugal.

A investigação em torno do caso durou cerca de dois anos e terá sido despoletada por uma denúncia de um cartel de droga, avança o jornal Correio da Manhã. “Roubo de coca a cartel colombiano trama chefes da PJ”, escreve o diário, frisando que os inspectores suspeitos terão desviado “centenas de quilos de cocaína de um cartel colombiano que jurou vingança”.

O Diário de Notícias acrescenta que a denúncia foi feita em 2013, depois do “desaparecimento de um carregamento de centenas de quilos de cocaína de um contentor descarregado no porto de Sines“. Nessa altura, a polícia apreendeu cerca de 800 quilos de cocaína, mas terão “desaparecido 500 quilos da mesma droga, que foram depois apreendidos na Grécia em circunstâncias por esclarecer”, frisa o jornal.

Os alegados subornos aos inspectores seriam feitos em dinheiro vivo, com elevadas quantias envolvidas e ainda não totalmente apuradas, mas também com a oferta de casas, localizadas nomeadamente, no Sul de Espanha, conforme refere o Jornal de Notícias.

Alvo da investigação será também Franclim Lobo, considerado um dos maiores traficantes de droga portugueses, com paradeiro desconhecido, e que poderá em breve ser detido, de acordo com o DN.

ZAP

7 Comments

  1. Os bons afinal são maus. Já tínhamos assistido a isso na política, agora na principal polícia criminal. Que mais surpresas nos reserva o futuro?
    Certamente haverá muitos bons, felizmente. Mas a confiança do cidadão fica muito abalada. Que a justiça lhes seja pesada.

  2. Parace a América…
    Fez muito bem o cartel ao denunciar o “desvio” de centenas de quilos de cocaína!
    Ainda há criminosos com algum sentido de justiça!

  3. Este assunto merecia um tratamento mais cuidado. Estão em causa dois profissionais, que não conheço, mas altamente considerados pela PJ, baseado na denúncia de um “cartel da droga”, certamente muito isento nesta área e revoltado com a “grande corrupção” existente nas forças que os investigam.

    • 2 anos de investigação, 250 agentes, mais de 100 buscas domiciliárias, 15 detidos, etc, etc, não é um “tratamento” razoavelmente cuidado?!
      Parece-me que sim!… de qualquer modo, o julgamento é no tribunal; não é nos media!!

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