Stephanie Lecocq/EPA
Emmanuel Macron
A defesa pública de Gérard Depardieu por parte de Macron está a deixar o Presidente francês em maus lençóis, após já ter nomeado um suspeito de violação para Ministro do Interior.
O apoio inesperado do Presidente Emmanuel Macron ao famoso actor francês Gérard Depardieu está a gerar polémica em França.
Depardieu, um ator prolífico com mais de 200 filmes no seu currículo e famoso por interpretar Obélix nas adaptações ao cinema da famosa banda desenhada Astérix, tem estado novamente sob fogo desde o lançamento de um documentário no mês passado onde aparece a fazer comentários de cariz sexual sobre uma jovem.
Apesar de estar sob investigação por violação desde 2020 e já ter sido várias vezes acusado de assédio sexual, Depardieu encontrou um aliado improvável no Presidente francês. Macron elogiou Depardieu numa entrevista em Dezembro, onde destacou o seu trabalho como actor e desprezou as acusações, que descreveu como uma “caça ao homem“.
A posição de Macron reacendeu uma divisão cultural sobre como a indústria do entretenimento e a sociedade em geral abordam acusações de assédio sexual contra figuras influentes.
A atriz francesa Laure Calamy descreveu os comentários do Presidente com “uma chapada na cara” das mulheres que têm coragem de fazer queixa contra homens poderosos, cita o Politico.
O caso levou a que surgissem cartas abertas concorrentes, com um grupo a denunciar o “linchamento” de Depardieu e o outro a criticar o tratamento preferencial concedido ao actor.
A controvérsia tomou um rumo político quando se revelou que o autor da carta pró-Depardieu, Yannis Ezziadi, tinha ligações à extrema-direita. Esta revelação levou a que vários atores a retirarem o seu apoio, complicando ainda mais a situação.
A defesa de Depardieu por Macron contrasta ainda com a sua postura anterior sobre questões de género. Quando chegou ao poder em 2017, no auge do movimento #metoo, Macron prometeu fazer da luta contra o sexismo um pilar do seu mandato.
O chefe de Estado promoveu várias deputadas e apontou Elisabeth Borne como primeira-ministra, apenas a segunda mulher na história do país a ocupar este cargo. No entanto, o caso de Depardieu tem feito voltar às manchetes a relutância de Macron em agir quando os acusados são membros do seu Governo, após a sua polémica nomeação de Gérald Darmanin — que está a ser acusado de violação — como Ministro do Interior.
A situação é ainda mais complicada pelo polémico estatuto de Depardieu na França, dado o seu apreço pelo presidente russo Vladimir Putin e críticas às políticas fiscais em França.
Apesar disso, Depardieu continua a ser uma figura popular, levando à especulação sobre os motivos de Macron, especialmente à luz das próximas eleições europeias e da representação de Depardieu como um caso célebre pela extrema-direita.
O editorial do Le Monde sugere que o apoio de Macron a Gérard Depardieu pode ser uma tentativa de apelar aos segmentos mais conservadores da opinião pública francesa. À medida que a França lida com esta saga em desenvolvimento, a interseção de política, cultura e questões sociais continua a provocar intenso debate e escrutínio.
G. Depardieu , foi um icónico Actor da sétima Arte , varias vezes viu seus Filmes premiados ; isso é incontestável . As suas inúmeras “derivas” e atitudes provocatórias Publicas e contestáveis , sempre foram esquisitamente toleradas por os Tribunais . Só agora e após a divulgação de um documentário realizado na Coreia do Norte , en que a Obscenidade dos propósitos relatados por este Sr. , é que as gentes Femininas e a C.S se lembraram de se queixarem e fazerem Justiça . Conduziu-se “Porcamente” , disso não há dúvida nenhuma , que Justiça seja consentida as Supostas Vitimas é o mínimo que se espera por parte dos Órgãos de Justiça e não de uma Justiça de praça Publica ! ….. Acaba em prisão , que assim seja e merece-o . Sai de cena un grande Actor e só fica a Obra , esse incontestável legado !
Este gajo não gosta de mulheres||