Orbán “triste” com a alegada rejeição de Zelenskyy — que nega tudo, enquanto o Kremlin não confirma nem desmente. Em Gaza, há “uma hipótese” de um acordo para a libertação de reféns mantidos na Faixa.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse esta quarta-feira que Volodymyr Zelenskyy recusou uma oferta para um cessar-fogo com a Rússia durante o período natalício. O Presidente ucraniano, no entanto, já negou esta informação.
“Propusemos um cessar-fogo de Natal e uma grande troca de prisioneiros. É triste que o Presidente Zelenskyy tenha claramente rejeitado e descartado isto hoje. Fizemos o que pudemos”, escreveu o chefe do Governo húngaro, que preside ao Conselho da União Europeia (UE) até ao final de dezembro, na rede social X.
Orbán referia-se a uma chamada telefónica com Zelenskyy, na qual terá sido discutida a possibilidade deste cessar-fogo, depois de ter falado também por telefone com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Contudo, Zelenskyy já rejeitou a ideia de que tenha havido sequer uma conversa sobre uma pausa nas hostilidades durante o período natalício.
“Como sempre, o lado húngaro não discutiu com a Ucrânia e, como sempre, a Hungria não avisou (a Ucrânia) sobre as suas conversas com Moscovo”, esclareceu Dmytro Lytvyne, conselheiro da presidência ucraniana, numa mensagem divulgada aos media.
Moscovo não confirma nem desmente
Por seu lado, num comunicado, Moscovo limitou-se a dizer que Orbán, durante a chamada telefónica com Putin, se mostrou interessado em conseguir uma solução diplomática e política para o conflito, “através dos seus contactos com líderes ocidentais”.
Nessa conversa, segundo o Kremlin, Putin denunciou “a linha destrutiva do regime de Kiev”, por excluir uma “resolução pacífica” para a situação na Ucrânia.
O Kremlin confirmou ainda que Putin e Orbán, para além de terem falado sobre a guerra na Ucrânia, discutiram ainda a cooperação energética entre os dois países.
Em resposta, Zelenskyy acusou Orbán de prejudicar a “unidade europeia” com a conversa por telefone com Putin sobre o conflito.
“Ninguém deve promover a sua própria imagem à custa da unidade” e “a unidade na Europa foi sempre a chave”, defendeu Zelenskyy, para quem “não pode haver discussão sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia sem a Ucrânia”, frisou numa mensagem publicada na rede social Telegram.
Em Gaza
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, disse esta quarta-feira ao seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin, haver atualmente “uma hipótese” de um acordo para a libertação de reféns mantidos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023.
“Atualmente há uma hipótese de um novo acordo”, disse Katz, na conversa telefónica com Austin, de acordo com um comunicado do seu gabinete.
“Esperamos a libertação de todos os reféns, incluindo os cidadãos norte-americanos”, assegurou o ministro israelita.
ZAP // Lusa
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