Cessar-fogo em Gaza deve chegar na próxima segunda-feira

Christophe Petit Tesson / EPA

“Estamos perto”: O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, diz que o novo cessar-fogo em Gaza deverá acontecer até à próxima segunda-feira.

Joe Biden manifestou esperança de que seja alcançado um cessar-fogo em Gaza “até à próxima segunda-feira”, enquanto prosseguem em Paris as negociações para um acordo que inclua a libertação dos reféns detidos pelo Hamas.

“O meu conselheiro de segurança nacional diz-me que estamos perto, ainda não está feito. Tenho esperança de que na próxima segunda-feira teremos um cessar-fogo”, realçou o chefe de Estado norte-americano, esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas, durante uma viagem a Nova Iorque.

Os países mediadores – Catar, Egito e EUA – estão a tentar negociar um compromisso com Israel e o Hamas tendo em vista uma trégua.

Segundo uma fonte do movimento islamita palestiniano, as discussões centram-se na primeira fase de um plano elaborado em janeiro pelos mediadores, que prevê uma trégua de seis semanas associada à libertação dos reféns detidos pelo Hamas e dos prisioneiros palestinianos detidos por Israel, bem como a entrada em Gaza de uma grande quantidade de ajuda humanitária.

Mais em concreto, a trégua duraria cerca de 42 dias – coincidindo com o mês sagrado do Ramadão, período sagrado de paz para os muçulmanos – durante a qual seriam libertados cerca de 40 civis israelitas em troca de cerca de 400 prisioneiros palestinianos.

Mas Israel exige a libertação de todos os reféns durante este intervalo e alertou que uma trégua não significaria o fim da guerra.

O Hamas, por seu lado, exige um cessar-fogo total, a retirada das tropas israelitas da Faixa de Gaza e o levantamento do bloqueio imposto por Israel desde 2007.

No último domingo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou que, apesar de as negociações estarem já numa “fase avançada” só haverá um acordo sobre uma trégua em Gaza caso o grupo palestiniano Hamas abandone o que considerou serem “exigências delirantes”.

Netanyahu sublinhou que a vitória total sobre o Hamas é a grande prioridade, apontando que, ainda assim, qualquer acordo não pode comprometê-la.

“Se o Hamas renunciar às suas exigências delirantes e se consciencializar da realidade, então teremos o progresso que todos desejamos”, afirmou o líder israelita.

Israel continua a atacar Gaza

Esta segunda-feira, Israel fez ataques no norte, centro e sul de Gaza, que causaram mortos e a destruição de infraestruturas e armas, enquanto o Hamas estuda a proposta de trégua.

No centro de Gaza, as tropas israelitas afirmaram ter eliminado combatentes e destruído, com a ajuda do corpo de engenharia, “dezenas de locais estratégicos pertencentes ao Hamas”, enquanto no Oeste de Khan Yunis (no sul do enclave) ocorreram novos combates, segundo o exército israelita, na área “adjacente às comunidades israelitas” próximas de Gaza.

A guerra eclodiu a 7 de outubro, quando comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza lançaram um ataque sem precedentes contra o sul de Israel, que resultou na morte de pelo menos 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP produzida a partir de dados oficiais israelitas.

Durante o ataque, cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza. Segundo Israel, 130 reféns ainda estão detidos no enclave, 31 dos quais se acredita terem morrido.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas, que considera, juntamente com os EUA e a União Europeia, uma organização terrorista.

Desde o início da guerra, Israel e o Hamas só chegaram a um acordo para uma trégua de uma semana, no final de novembro, que permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinianos.

A ofensiva israelita causou até agora 29.782 mortos em Gaza, a grande maioria mulheres, crianças e adolescentes.

ZAP // Lusa

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