O CEO do Millennium BCP, Miguel Maya, defendeu a criação de taxas sobre transações financeiras sobre contribuintes portugueses como uma alternativa ao mecanismo de capital contingente para pagar o Novo Banco.
Entre as contribuições para o Fundo de Resolução Nacional e para o mecanismo de capital contingente que capitaliza o Novo Banco, o Millennium BCP tem um encargo anual de cerca de 50 milhões de euros, observa o Jornal de Negócios.
Em declarações ao diário de economia, que avança com a notícia esta segunda-feira, Miguel Maya defende que esta situação vai contra a ideia da União Bancária europeia, uma vez que distorce a concorrência entre a banca nacional e europeia.
Em alternativa ao mecanismo de capital contingente, o presidente da comissão executiva do BCP sugeriu a criação de taxas sobre todas as transações financeiras em que participassem contribuintes portugueses, com as taxas a serem pagas pelas entidades financeiras que as prestaram.
Segundo explicou Miguel Maya, esta medida criaria uma concorrência mais igualitária entre os bancos sediados na União Europeia, considerando ainda que o valor angariado por estas taxas seria “seguramente superior” àquele que o Fundo de Resolução atribuiu ao mecanismo de capital contigente para reforçar o capital do Novo Banco.
O Fundo de Resolução, que detém 25% do Novo Banco, é uma entidade financiada pelas contribuições dos bancos do sistema e é gerido pelo Banco de Portugal, mas está na esfera das administrações públicas, contando para o défice orçamental.
A norte-americana Lone Star pagou mil milhões em 2017, para deter os restantes 75% da instituição atualmente liderada por António Ramalho, escreve ainda o Negócios.