O próprio Brian Chesky vai testar a aposta da empresa: dar melhores condições para o tele-trabalho.
Brian Chesky vai literalmente “conhecer os cantos à casa”. O director-executivo da Airbnb vai morar em imóveis que a própria Airbnb disponibiliza aos seus utilizadores.
O CEO da empresa começou a viver já nesta terça-feira em casas que estão disponíveis na Airbnb (começou em Atlanta) e vai ficar em cada cidade durante “algumas semanas”. Supõe-se que todas as cidades sejam nos Estados Unidos da América.
“Vou voltar a San Francisco frequentemente mas, por agora, a minha casa vai ser a Airbnb, por aí”, escreveu Chesky, na sua conta no Twitter.
O empresário acrescentou que a pandemia criou a maior mudança no sector das viagens desde o aparecimento dos voos comerciais e que, pela primeira vez, “milhões de pessoas podem viver em qualquer lado“.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”en” dir=”ltr”>1. Starting today, I'm living on Airbnb. I’ll be staying in a different town or city every couple weeks</p>— Brian Chesky (@bchesky) <a href=”https://twitter.com/bchesky/status/1483474046847225865?ref_src=twsrc%5Etfw”>January 18, 2022</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
E focou-se no tele-trabalho em tempos de COVID-19, que é o motivo para esta decisão. Uma grande aposta da Airbnb é agora providenciar espaços, condições, para o utilizador trabalhar a partir de qualquer local. Ou seja, deixar de se centrar apenas em destinos de férias, apostando muito em destinos de residências.
Um dos critérios incluídos na pesquisa é agora verificar a velocidade da internet na casa que o utilizador pretende. E agora pode-se averiguar a disponibilidade de uma casa um ano antes da data pretendida. As medidas foram anunciadas há dois meses, em Novembro.
As estatísticas da Airbnb mostram que, entre Julho e Setembro do ano passado, cerca de 20 por cento das reservas foram de estadias com duração de um mês, no mínimo. Quase metade envolveu estadias de uma semana ou mais.
Refira-se que, no mesmo período (terceiro trimestre de 2021), os lucros da Airbnb cresceram 36 por cento, comparando com os números de 2019 (o ano 2020 foi excepção devido às restrições nas viagens em quase todos os países, devido à pandemia).
Brian Chesky acredita que a tendência em 2022 será ver pessoas “espalharem-se” pelo mundo e ficarem noutra cidade, ou mesmo num país diferente, durante semanas ou meses: “Algumas pessoas vão mesmo tornar-se nómadas digitais“.
Assim, haverá uma redistribuição de local de residência das pessoas – e haverá “competição” entre cidades e países para atraírem esses trabalhadores.
“É uma descentralização do modo de vida, que está a mudar a identidade das viagens. Por isso estou a viver no Airbnb. Vai ser divertido, mas o mais importante é que nos vai ajudar a melhorar a experiência das pessoas que agora podem morar em qualquer lugar”, justificou o director da plataforma.
Os próprios trabalhadores da empresa não deverão precisar de voltar aos escritórios até Setembro de 2022. E, mesmo depois disso, a empresa vai permitir regimes flexíveis a todos.