Centros comerciais rejeitam fechar mais cedo para poupar energia

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A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) não tenciona reduzir os horários nos seus espaços para promover a poupança energética, mas procura “encontrar medidas que reduzam os consumos, sem reduzir a competitividade dos lojistas, especialmente face à concorrência online”.

Uma limitação de horários nos centros comerciais iria “transferir milhões de euros” para o comércio eletrónico, trazendo perdas “a um ecossistema que ainda está a recuperar na pandemia”, disse ao Jornal de Negócios Rodrigo Moita de Deus.

“É possível criar poupanças na área da climatização”, onde está grande parte do consumo, desde que “os consumidores estejam disponíveis para a nova realidade”, disse a APCC, indicando que formou um grupo de trabalho com o Governo para encontrar medidas eficazes, como o aumento da produção própria dos edifícios.

“A maior parte do setor realizou grandes investimentos na área da iluminação de baixo consumo, mas também foram feitos ajustes sistemáticos na climatização. A produção própria com o autoconsumo é o próximo grande salto, mas precisamos de um sistema de licenciamento mais ágil”, sublinhou.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), que alberga mais de 4 mil lojas, também defendeu mais produção própria de energia e sensibilização dos consumidores, ao invés de cortes nos horários. O secretário-geral destacou a função social de muitos destes espaços.

Sobre o plano de poupança de energia que o Governo está a preparar, a APED emitiu este mês um comunicado onde apontava para investimentos regulares na eficiência, a disponibilidade para colaborar com o Governo e a necessidade de produzir mais e melhor energia.

Algumas cadeias, como a Jerónimo Martins, remetem a sua posição para esse documento. Postura semelhante tem a Sonae MC, a Auchan. Já a Mercadona disse aguardar pela informação que será anunciada quanto a medidas específicas em Portugal, referindo um Sistema de Gestão Ambiental próprio.

A 03 de agosto, foi avançado que Portugal adotaria medidas obrigatórias para cumprir as metas acordadas entre os Estados-membros da União Europeia (UE) relativamente à poupança no consumo de energia, com impacto nos serviços públicos, empresas, comércio, indústria e consumidores.

ZAP //

1 Comment

  1. Todos os centros comerciais, assim como supermercados, armazens e outros edificios, públicos ou privados, com grande superficie, deviam ser obrigados a instalar paineis solares para produzirem a (maior parte) da sua energia necessária.

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