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Centeno “é um ministro a prazo” e Joacine a deputada do “show off”

Mário Cruz / Lusa

Luís Marques Mendes

No seu habitual comentário na SIC, Luís Marques Mendes disse que Mário Centeno tem perdido força e que a deputada do Livre, Joacine Katar Moreira, ” tem sido um vazio”.

Para Luís Marques Mendes, o Orçamento do Estado “está a ser feito na praça pública”. Carlos César e Ana Catarina Mendes, ambos dirigentes do PS, “pressionaram” em público Mário Centeno para o Ministro das Finanças dar mais dinheiro à saúde, enquanto que o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, “pressionava” Centeno para este dar mais dinheiro às Forças de Segurança.

Este sábado, no Expresso, viria a resposta de Mário Centeno: o ministro não vai ceder no excedente orçamental.

“Nunca se tinha visto disto no passado. Mas é má novidade: isto demonstra que há mal-estar dentro do Governo, perda de coesão entre os ministros, primeiro-ministro e ministro das Finanças em rota de colisão”, afirmou Marques Mendes, no seu habitual espaço de comentário na SIC, este domingo.

Segundo o comentador político, este cenário pode ser negativo para ambas as partes: Centeno, que está de saída, é um “ministro a prazo“, logo “é sempre um ministro respeitado”; já a atitude de António Costa representa “perda do poder e autoridade”.

Luís Marques Mendes considera que se os ministros recorrem à imprensa para mandarem recados uns aos outros, significa que já não acreditam no seu poder arbitral.

Mas o social-democrata foi ainda mais crítico com a deputada única do Livre, Joacine Katar Moreia. Para Marques Mendes, tem sido só “vedetismo, show off e, até, falta de cultura democráticas”. “É o novo riquismo aplicado à política”, disse, explicando que um novo rico “é uma pessoa deslumbrada, convencida, exibicionista, sempre a dar nas vistas, com um ego do tamanho do mundo”.

“Um deputado é escolhido pelo povo para ter ideias políticas, iniciativas políticas e propostas políticas. Nesse plano, esta deputada tem sido um vazio. Não há uma ideia, uma iniciativa, uma proposta”, declarou.

O próprio Livre, partido pelo qual Joacine foi eleita, “escolheu o mediatismo” – mas se fez esta opção “não pode agora queixar-se” e exigir uma deputada “discreta, sóbria, alinhada”, disse. “Não é possível ter sol na eira e chuva no nabal ao mesmo tempo.”

Costa primeiro-ministro vs Costa ministro da Administração Interna

O comentador lembrou, este domingo, que o que o agora primeiro-ministro António Costa anunciou no Congresso dos Municípios já existiu nos tempos do Governo social-democrata de Durão Barroso, e foi precisamente Costa, que, com a pasta da Administração Interna do Governo de Sócrates, acabou com o regime.

Este sábado, o primeiro-ministro revelou que a eleição das Comissões de Coordenação Desenvolvimento Regional (CCDR) avança no início de 2020, “para criar no país a confiança necessária para os passos seguintes”, nomeadamente a eleição direta das Áreas Metropolitanas e a Regionalização.

Segundo o Observador, Marques Mendes lembrou que esta possibilidade já existia num regime criado em 2003 por Durão Barroso – e que veio a ser revogado dois anos depois por António Costa.

“O mesmo António Costa primeiro-ministro que agora quer dar poder às autarquias para escolherem os presidentes destas comissões, foi o mesmo ministro da Administração Interna que em 2005 ajudou a tirar este poder às autarquias. Ou seja António Costa primeiro-ministro hoje tem uma versão, António Costa, ministro da Administração Interna tem outra”, disse.

ZAP //

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