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Celebrações do 13 de outubro terminam hoje. Quebras nas receitas ultrapassam os 50%

Paulo Cunha / EPA

Peregrinos em Fátima para as celebrações do 13 de outubro

A pandemia de covid-19 pode ter trazido muitas mudanças, mas não demoveu os peregrinos de mais uma vez estarem presentes num 13 de Outubro, que apesar de tudo ficou marcado pela diferença. As celebrações decorreram com diversas limitações, sobretudo a nível de limitação de lugares – e isso faz-se sentir nos cofres do Santuário.

As cerimónias do 13 de Outubro em Fátima ficaram este ano marcadas pelas restrições impostas pela pandemia, e decorreram com uma lotação máxima de 6 mil peregrinos, que não chegou a ser atingida na segunda-feira à noite. O uso de máscara foi obrigatório, assim como a limitação do espaço, marcado no chão por círculos.

A Peregrinação Internacional Aniversária de outubro termina hoje, no Santuário de Fátima. Esta peregrinação, que começou na segunda-feira e assinala a última “aparição” de Nossa Senhora aos pastorinhos, é presidida pelo bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas.

Segundo a TSF, para evitar um número elevado de pessoas, a Direção-Geral da Saúde e o Santuário de Fátima reforçaram o plano de contingência do recinto de oração, criando um conjunto de medidas adicionais para esta peregrinação.

O controlo e monitorização dos acessos através de oito entradas, a delimitação dos espaços (com perímetros de segurança e marcações no solo), o reforço da sinalética e a limitação das deslocações dentro do recinto foram algumas das medidas adotadas.

A peregrinação de outubro marca o fim da tradicional época alta do turismo religioso que começa em maio.

“Teremos certamente um resultado negativo”

Num ano verdadeiramente atípico, foram poucos os fiéis que se dirigiram ao Santuário de Fátima, tornando este 13 de outubro uma peregrinação “difícil e com muitos condicionamentos”.

O Santuário de Fátima registou uma quebra de receitas de mais de 50% até setembro e rescindiu amigavelmente contrato com 14 trabalhadores, devido à pandemia de covid-19, disse o reitor Carlos Cabecinhas.

Em conferência de imprensa, Carlos Cabecinhas avançou que “até ao final de setembro, o santuário teve uma quebra de receitas de 50,6% e a quebra dos donativos, neste mesmo período, foi de 46,9%. Sem peregrinos, obviamente que perdemos também receita e, no final deste ano, teremos certamente um resultado negativo”, frisou.

Segundo o reitor do Santuário de Fátima, “o ano de 2020 tem sido um dos mais difíceis”, uma vez que este ano, entre março e agosto, tivemos o cancelamento de 436 grupos que estavam inscritos. Entre outubro e novembro, temos apenas 97 grupos inscritos”, lamentou, lembrando que, no ano passado, só em outubro, houve 733 grupos inscritos.

Com a consciência de que os recursos não são inesgotáveis, o Santuário de Fátima avançou com um plano de reestruturação, que “está em marcha desde meados do ano” e culminou em “14 acordos amigáveis de rescisão”, segundo Carlos Cabecinhas.

“Para evitarmos despedimentos, tivemos de equacionar ajustamentos e isto levou a que procurássemos soluções para salvaguarda da instituição, mas tendo sempre um horizonte de responsabilidade social”, garantiu.

Também o bispo da diocese de Leiria-Fátima, António Marto, recusou falar em despedimentos. “Não houve nenhum plano para fazer despedimentos, houve um plano de reestruturação para uma gestão rigorosa em tempos de emergência”, garantiu o cardeal aos jornalistas.

De acordo com Carlos Cabecinhas, “os acordos amigáveis surgiram sempre por iniciativa dos próprios colaboradores”. O reitor reconheceu que são “tempos difíceis para todos” e que a falta de peregrinos afeta não só o santuário, mas “toda a vida da cidade de Fátima e suas imediações”.

“Temos procurado estar atentos às situações de carência e aumentámos em 60% os apoios sociais a pessoas e famílias”, referiu.

Estes apoios e outros a instituições de solidariedade social “totalizam cerca de 800 mil euros”, número que não inclui os apoios que o santuário dá à Igreja em Portugal, acrescentou.

ZAP // Lusa

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