A “cegueira facial” é ainda mais comum do que pensávamos

A dificuldade em reconhecer e distinguir rostos é ainda mais comum do que se pensava e afeta uma em cada 33 pessoas.

Alguma vez lhe aconteceu alguém que o conhece vir falar consigo, mas não faz a menor ideia de quem é essa pessoa? Se sim, é possível que sofra de prosopagnosia, também conhecida como “cegueira facial“, uma condição que se refere à incapacidade de fixar ou reconhecer os rostos de outras pessoas.

Um novo estudo publicado na Cortex descobriu que o número de pessoas que sofre de cegueira facial pode ser muito mais alto do que se pensava.

Esta condição pode ser causada por uma lesão ao cérebro e afeta uma em cada 30 mil pessoas os Estados Unidos. Mas há uma outra versão de cegueira facial causada por anomalias genéticas ou no desenvolvimento do cérebro que é bastante mais comum e que afeta uma em cada 33 pessoas, escreve o IFLScience.

A pesquisa chegou a esta conclusão após recrutar 3000 participantes para preencherem um questionário online e para fazer dois testes objetivos. Primeiro, os voluntários foram questionados sobre as dificuldades que notam no dia-a-dia no reconhecimento de rostos. Depois, nos testes, os investigadores puseram à prova a capacidade dos participantes de identificar as caras de pessoas famosas.

No geral, pouco mais dos 103 participantes tinham alguma forma de cegueira facial  — 31 tinham um grande nível e outros 72 tinham uma forma mais suave do distúrbio. Isto traduz-se numa taxa de prevalência pouco acima dos 3%, ou um em cada 33, mais comum do que o um em 40 que se acreditava anteriormente

“A maioria dos cientistas usa critérios de diagnóstico excessivamente rígidos e muitos indivíduos com problemas significativos de reconhecimento facial no quotidiano foram erroneamente informados de que não têm prosopagnosia”, observou Joseph DeGutis, autor principal do estudo.

“Expandir o diagnóstico é importante porque saber que se tem evidências objetivas de prosopagnosia, mesmo numa forma leve, pode as pessoas a adotar medidas para reduzir os seus impactos negativos na vida quotidiana, como distinguir os colegas de trabalho importantes ou procurar tratamento”.

Tal movimento pode ter implicações profundas para os afetados pela doença. Há prova que sugerem que formas mais leves de cegueira facial respondem melhor a certos tratamentos, como treinos cognitivo, do que casos mais graves, e expandir os critérios de diagnóstico pode permitir que muito mais pessoas aprendam a controlar a sua condição.

ZAP //

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