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CDU diz que não tinha um Centeno, mas quem lhe corrigia as contas

Miguel A. Lopes / Lusa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa elogiou o deputado comunista Paulo Sá, que agora abandona o trabalho no Parlamento, e deixou uma palavra de apoio aos jovens que esta sexta-feira se manifestam pelo clima.

Numa ação de campanha no concelho de Silves, no Algarve, Jerónimo de Sousa abordou a disputa entre o candidato do PSD e do PS sobre quem tem o melhor Centeno, considerando que o CDU não precisava de um porque tinha Paulo Sá.

O deputado comunista, cabeça-de-lista por Faro nas eleições Legislativas de 2015, vai abandonar os trabalhos parlamentares para regressar à profissão de professor. O novo cabeça de lista da CDU pelo distrito algarvio é agora Tiago Raposo.

“Quando se tratava das contas certas, como hoje está em voga dizer-se, o camarada Paulo Sá era aquele que demonstrava pelos números que as contas de Centeno estavam erradas e que era preciso fazer outras contas nas reformas, nas pensões, nos salários e nos direitos”, disse o líder comunista, citado pela Renascença.

No dia em que milhares de jovens participam na greve pelo clima por todo o país, Jerónimo lembra o trabalho que Os Verdes, que fazem parte da CDU, têm desenvolvido ao longo de “mais de quatro décadas”.

“Queria deixar uma palavra a todos os jovens que hoje, de forma genuína, saíram à rua em defesa do ambiente. Ações nas quais a juventude CDU participou sob a consigna ‘o capitalismo não é verde’. Congratulamo-nos com a sua disponibilidade para agir perante problemas concretos de degradação da natureza. Matéria para a qual nós e, particularmente, os nossos amigos do Partido Ecologista ‘Os Verdes’ (PEV) alertam há quase quatro décadas, sem serem ouvidos“, disse.

“É justa a preocupação que se vem revelando por parte de tantos jovens perante um modo de produção capitalista que esgota os recursos naturais na procura incessante do lucro”.

Para Jerónimo de Sousa, são necessários “atos concretos como a defesa da floresta, com valorização das espécies autóctones, e a intervenção imediata nas áreas ardidas como é o caso de Monchique e Silves”.

O secretário-geral comunista defendeu mais “investimento público, contrariando o que fizeram PSD e CDS, que retiraram 150 milhões de euros de apoios à floresta”.

Jerónimo de Sousa criticou “a atitude do PS de fazer muitos e muitos anúncios e concretizar muito, muito pouco, para manter as tais contas certas. “É tempo de acabar com os anúncios e avançar”, afirmou, lamentando a “paralisia do Governo PS, que não responde ao drama dos incêndios em Portugal”.

ZAP // Lusa

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