Catarina Martins tem dois caminhos em aberto após sair da liderança do BE

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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins.

A líder demissionária do Bloco está a ser apontada como uma possível candidata às europeias ou a Belém.

Catarina Martins está de saída da liderança do Bloco de Esquerda, mas isto não é um adeus; é mais um até já. De acordo com fontes do partido ouvidas pelo Observador, ainda “não há decisões” definitivas, mas o futuro da deputada pode passar por uma candidatura às europeias ou às presidenciais.

Dentro do Bloco, Catarina Martins é vista como uma figura que conquistou muito capital político e que pode contar com o apoio do partido até para uma candidatura autárquica, revela uma fonte.

A teoria da corrida ao Parlamento Europeu está a ganhar força perante o desejo de Marisa Matias de não se recandidatar ao cargo, estando a terminar o seu terceiro mandato em Estrasburgo.

Num cenário político em que paira no ar a possibilidade de o Parlamento ser dissolvido e de haver legislativas antecipadas, as europeias do próximo ano estão a ganhar peso e a ser encaradas como uma sondagem à opinião pública.

Prova disso são até os nomes de peso que estão a ser apontados como proto-candidatos, como João Cotrim de Figueiredo, pela Iniciativa Liberal, ou Pedro Passos Coelho e Rui Moreira, pelo PSD. O BE não é excepção, podendo quer apostar na líder demissionária para dar uma prova de vida após o mau resultado nas legislativas, onde perdeu 14 deputados.

Por outro lado, os bloquistas podem preferir apostar mais na corrida a Belém. No entanto, neste cenário, o partido já teria de ter em conta as escolhas dos outros partidos à esquerda. Augusto Santos Silva, que tem sido um nome muito falado no PS, representa uma ala mais centrista dos socialistas e teoricamente não seria uma ameaça ao eleitorado do BE.

Mas mais à esquerda, Ana Gomes pode repetir uma candidatura à Presidência, o que pode fazer com que o eleitores se dividam — tal como aconteceu em 2021, quando Marisa Matias teve uma grande quebra face aos 10% que conquistou na sua primeira corrida em 2016, quebra essa que se deveu em parte a um maior leque de escolhas de candidatos na esquerda. Caso o Bloco queira ir a jogo, deve assim apostar as fichas num nome que possa concentrar o eleitorado.

Todas estas possibilidades têm ainda de ter em conta o xadrez político interno do Bloco. Outros nomes apontados para as corridas eleitorais que se avizinham, como os deputados José Gusmão ou Joana Mortágua, devem também ter sidos em conta nestes planos, com o partido a ter de decidir qual é mais adequado para cada eleição.

Adriana Peixoto, ZAP //

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5 Comments

  1. E trabalhar, não lhe ocorreu?
    Não é o partido dela (e outros ideologicamente próximos) que estão sempre a falar dos trabalhadores?!
    Os trabalhadores… os trabalhadores… os trabalhadores….
    Então ela agora podia ir trabalhar.
    Melhor, podia criar uma empresa e empregar muitos trabalhadores. Mas muitos mesmo. Alguém que está sempre a criticar o grande capital e a ensinar como se faz, agora podia dar o exemplo.
    E não, não estou a brincar, estou a falar muito a sério.
    Ela devia criar uma grande empresa, com capitais próprios, sem apoios do Estado, e mostrar como se faz, através do exemplo dela. Teria muito mais sucesso na mensagem que quer passar.
    A pergunta é: se não fizer isso, não o faz porquê, uma vez que a mensagem passaria muito mais eficazmente?

  2. Mas ela já tem uma Empresa E foi criada com €€€€€ da Europa que ela critica tanto
    Será que não fez despedimentos?

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