As manifestações e confrontos na Catalunha provocaram 289 feridos entre os agentes de autoridade, dois dos quais hospitalizados, no seguimento da contestação à condenação dos dirigentes independentistas a pesadas penas de prisão, adiantou o Governo espanhol.
A maior parte dos feridos (226) estão já contabilizados no balanço oficial de 593 feridos tratados pelos serviços de urgência entre 14 e 20 de outubro. Informações erradas a circular pelas redes sociais afirmam que essas cerca de 600 pessoas foram feridas pela polícia, avança a EFE.
No total, 289 polícias foram feridos nos confrontos violentos com manifestantes, que atiraram pedras da calçada, cocktails molotov e bolas de aço. Entre eles 154 eram Mossos d’Esquadra (polícia regional catalã), 134 membros da polícia nacional e um agente de uma outra força de segurança, explicou a porta-voz do Governo Isabel Celaá.
Quatro manifestantes perderam um olho, dos quais três se encontram ainda em estado grave, de acordo com Alba Verges, do departamento de Saúde da Catalunha.
Entretanto, o Sindicato de Polícias da Catalunha (SPC) denunciou ao Eurocop (Confederação Europeia de Sindicatos de Polícia) a violência contra os agentes durante os distúrbios na Catalunha, através de uma moção urgente que recebeu o apoio “por unanimidade” de todas as delegações.
A moção pretende “expor e propor a condenação da violência exercida contra os agentes”, e denuncia a dificuldade para enfrentar a situação na região autónoma devido a “falta de recursos humanos e materiais” e “apoio institucional”.
Os bombeiros de Barcelona foram chamados a extinguir 564 incêndios no decurso dos distúrbios da passada semana, de acordo com o responsável municipal pela Segurança e Prevenção, Albert Batlle. Os números referem-se ao período entre 14 e 20 de outubro, nos quais registaram 594 intervenções, maioritariamente extinção de incêndios.
As autoridades destacaram ainda que foi possível evitar que o fogo chegasse às habitações ou afetasse as pessoas. O balanço aponta a destruição de 1.044 contentores, 358 caixotes de lixo, 180 papeleiras, cinco carros, 12 árvores queimadas e 45 copas de árvores parcialmente queimadas.
O Supremo Tribunal espanhol condenou, a 14 de outubro, os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão. A sentença motivou protestos independentistas, que começaram no próprio dia do anúncio do Supremo e se repetiram ao longo de vários dias em Barcelona e em outras cidades da região autónoma.
A par de várias manifestações pacíficas, a vaga de contestação ficaria igualmente marcada por distúrbios e violentos confrontos entre manifestantes mais radicais e as forças de segurança. Os protestos na Catalunha ficaram igualmente marcados por cerca de duzentas detenções e centenas de agentes das forças de segurança feridos.
// Lusa
Madride semeou tempestades e vai colher terramotos.
Evidentemente que os catalâes têm direito à sua independência, afinal é um povo diferente com uma língua própria e cultura diferentes dos madrilenos.