Na China, uma menina de oito anos de idade foi às urgências de um hospital com uma forte comichão nos olhos. Quando olharam de perto, os especialistas viram a incómoda presença de piolhos e lêndeas adultas nas pestanas da criança.
Muitos de nós tem uma experiência com piolhos para contar, ainda que coçar a cabeça seja uma história com muito pouco entusiasmo à mistura.
Segundo o Gizmodo, existem muitos tipos diferentes de piolhos e cada um tem o seu próprio nicho. Para Phthirus pubis, vulgarmente conhecidos como “piolhos púbicos” ou “caranguejos”, esse nicho são os genitais.
Fisicamente, estes parasitas são muito parecidos com os crustáceos que encontramos nas praias, mas, ao contrário destes animais, não conseguem sobreviver durante longos períodos de tempo sem um hospedeiro.
O contacto sexual ou físico com uma pessoa infetada é o método mais eficaz de transmissão, apesar de alguns especialistas terem sugerido que os “caranguejos” também viajam pelas superfícies, como toalhas.
Outro dado curioso é que, apesar do nome, os habitats preferidos destes piolhos não se limitam à área púbica. O IFL Science escreve que os parasitas podem até fixar-se nas pestanas.
Em raras ocasiões, os piolhos púbicos podem migrar para sobreviver nos pelos mais grossos do corpo, como as pestanas. Quando os parasitas as atacam, ganham o nome de Phthiriasis palpebrarum (também conhecido como phthiriasis ciliaris ou phthiriasis ciliaris).
Este mês, médicos chineses relataram um caso raro de phthiriasis palpebrarum numa jovem paciente de oito anos. De acordo com o relatório, publicado no dia 8 de julho no New England Journal of Medicine, a menina visitou o hospital após ter sentido uma forte comichão nas pálpebras durante três semanas.
Quando os especialistas olharam de perto, viram a incómoda presença de piolhos e lêndeas adultas nas pestanas da criança. Foi então confirmado que os piolhos eram Phthirus pubis.
Os médicos não encontraram parasitas em qualquer outra parte do corpo da menina, nem nos seus pais. Além disso, também não encontraram quaisquer provas de que a rapariga tivesse sido abusada sexualmente.
Apesar de estes piolhos se propagarem normalmente através do contacto sexual, os médicos notam que também há a possibilidade de ser transmitidos através de superfícies partilhadas ou objetos. Pode ter sido este o caso da menina de oito anos, que, em duas semanas, recuperou da infestação.