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Cientistas já sabem como estudar as “casas de muco” das larváceas gigantes

(cv) MBARI / YouTube

Larvácea gigante (Bathochordaeus)

Centenas de metros abaixo da superfície do mar, criaturas marinhas minúsculas carregam bolhas gigantes de muco que as ajudam a alimentar-se. Com recurso a lasers, cientistas estão agora a examinar estas estruturas impressionantes.

Segundo o site Live Science, apesar de serem chamados larváceas gigantes (Bathochordaeus), a verdade é que estes animais têm menos de dez centímetros de comprimento. Mas as suas ‘casas’ são outra história, já que cada um carrega uma bolha gigante de muco que pode atingir um metro de comprimento.

Enquanto está dentro da sua ‘casa de muco’, este animal marinho bate a cauda para empurrar a água através de uns filtros: o filtro externo apanha os alimentos demasiado grandes para este comer, enquanto o filtro interno empurra os alimentos de tamanho adequado para a sua boca. Entretanto, com o passar do tempo, esta ‘casa’ fica entupida de comida e a Bathochordaeus acaba por abandoná-la.

Para tentar perceber como é que as larváceas gigantes constroem e enchem estas estruturas – mas tendo em conta que são criaturas difíceis de estudar devido à natureza delicada da sua ‘casa de muco’ –, cientistas desenvolveram um instrumento chamado DeepPIV, que colocaram num veículo operado de forma remota.

A reconstrução 3D de uma larvácea gigante

Este aparelho envia uma folha de luz laser que ilumina pequenas partículas que flutuam à volta da ‘casa de muco’ do animal e regista como este se move através dos filtros da estrutura. A luz laser também registou secções transversais das larváceas gigantes, que a equipa usou para criar imagens tridimensionais destas estruturas de muco.

“O muco é ubíquo no oceano, e as estruturas mucosas complexas são feitas pelos animais para garantir a sua alimentação, saúde e proteção”, afirma Kakani Katija, engenheira do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI) e autora principal do estudo publicado, no dia 3 de junho, na revista científica Nature.

“Agora que temos uma forma de visualizar estas estruturas bem abaixo da superfície, podemos finalmente entender como é que funcionam e quais os papéis que desempenham no oceano”, acrescenta.

ZAP //

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