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Carros eléctricos são uma “ruína” – para quem conduz e para o planeta

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Rachel So / Wikimedia

Ford Focus Electric

Em Espanha defende-se que as baterias são mais caras do que um carro usado e são tóxicas para o ambiente.

Carros eléctricos são o futuro. Aliás, já são o presente para muitas famílias; e os Governos de muitos países estão nitidamente e publicamente a apelar à compra de carros eléctricos.

Ainda há um mês, todos os países da União Europeia aprovaram o plano de proibir a venda de veículos movidos a gasóleo ou gasolina a partir de 2035.

A prioridade é utilizar energias alternativas e o carro eléctrico é o mais procurado, nos últimos anos.

Mas, como em tudo, nada é ideal.

Foi notícia, há poucos dias, o caso de uma família na Flórida, nos Estados Unidos da América, em relação ao seu Ford Focus Electric.

Compraram o carro, usado. Tinha rodado durante cerca de 100 mil quilómetros, quando foi comprado.

Meio ano depois, avariou. Parou durante uma viagem. Precisava de uma bateria nova.

Preço da bateria? 14 mil dólares. Preço do carro? 11 mil dólares.

Aí a família deparou-se com dois problemas: a bateria era mais cara do que o carro (usado) e não havia carro de substituição.

Este caso trouxe à superfície o grande problema dos carros eléctricos: as baterias de lítio são demasiado caras e as questões de reciclagem relacionadas com essas baterias são pouco sustentáveis.

O aviso é deixado por Omar Kardoudi, no portal El Confidencial. E deixa mais problemas no artigo, tal como o prazo de validade dos carros eléctricos, devido ao lítio.

É que, se o ritmo de produção de carros eléctricos se mantiver como o que temos atravessado nos últimos anos, em 2040 já não vai haver…lítio. Deixará de ser possível extrair lítio – que é muito difícil de reciclar.

E as baterias não são eternas. É difícil avariarem, mas vão ficando degradadas e vão sendo menos eficazes com o passar do tempo. Oito anos depois, ou 160 mil quilómetros depois (prazo médio das garantias), é preciso comprar uma nova, que pode custar 20 mil dólares.

Sim, o preço deve baixar durante os próximos anos. Mas, devido ao contexto global dos últimos meses, a tendência até tem sido de subida de preços das baterias.

O que acontece à bateria que já não é utilizada? Lixo, quase sempre. Um elemento “tóxico” para o ambiente.

Por isso, é necessário combater o outro grande problema relacionado com este assunto: a falta de alternativas. Convém ser aprofundada a investigação, a procura por outros materiais para as baterias (como a Tesla já está a fazer).

Ou então perceber que o carro eléctrico não é o único veículo do futuro. O carro a hidrogénio ou movido a biocombustíveis são meios de “atacar o problema das emissões sem hipotecar o nosso futuro”.

No geral, o autor classifica os carros eléctricos como uma “ruína” para quem conduz e para o planeta.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

39 Comments

  1. Biocombustíveis é patetice igual ou pior ao petróleo.

    O futuro é elétrico! O problema a resolver agora é a forma de armazenamento da energia. O hidrogénio parece promissor mas não é isento de problemas.

    • A energia eléctrica sempre teve o problema do armazenamento, e o problema continua por resolver em grande escala. Enquanto o problema não se resolver, não se pode afirmar que o futuro seja eléctrico.

    • 43% da nossa energia elétrica vem essencialmente de gás natural , e um bocadinho ainda de carvão. Quer dizer que perto de metade do “combustivel” que alimenta os carros elétricos é essencialmente gás natural, em “segunda mão”, leia-se com desperdicio pelo meio pela conversão entre energias. Não me alongo mais…

    • O hidrogénio tem vários problemas, o maior desses problemas é que apenas aproveitamos 30% da energia usada para produzir, transportar e armazenar. 70% da energia usada no processo é perdida, além dos gases emitidos em todo o processo, incluindo transporte.
      O futuro está nas baterias, a Red Wood Materials e outras empresas recuperam mais de 95% dos materiais das baterias e o negócio é mais lucrativo e menos poluente que a extração.

    • Os europeus têm muita inveja com os maiores produtores mundiais do petróleo, os tais Emirates árabes unidos, estás invenções de carros elétricos talvez serão só para os países mais desenvolvidos. Aqui na África austral não sei se vão andar, muita gente com muito dinheiro vive em zonas rurais onde não é possível carregar esse tipo de máquinas.

  2. Lítio é facïlimo de reciclar e a reciclagem é extremamente rentável, pelo que não faltam interessados em fazê-la.
    Parem de mentir descaradamente

    • “Deixará de ser possível extrair lítio – que é muito difícil de reciclar.” vs “Lítio é facïlimo de reciclar e a reciclagem é extremamente rentável”

      Afinal quem tem razão?

      • O lítio é abundante, a limitação está na capacidade de extração da indústria e na especulação.
        A médio prazo não será necessário lítio.

  3. Chega-se a 2040 volta-se para a gasolina e gasóleo….:-))))))))))))
    E quando acabar o lítio ,e quando acabar o petróleo, e quando acabar a areia, e quando acabar o carvão,………o homem tem uma tendência para acabar com tudo………..mas já estão projetados por aí carros a energia solar……

    • quando houver carros a energia solar os governos vão passar a taxar a luz do sol, a maior parte das receitas em impostos vem dos condutores . Não há ninguém mais carregado de impostos do quem tem um carro, seja aquando da compra do carro, com Impostp sobre os veiculos, o IVA e outras taxas especificas, depois os impostos de circulação, as inspeçoes, os impostos sobre os combustiveis, portagens, seguros, ..etc

  4. O artigo vem claramente defender o hidrogénio em detrimento do eléctrico (e dos combustíveis fósseis). É um artigo encomendado pelo loby do hidrogénio, apresentando meias verdades ou falsidades sobre os concorrentes. MAS NÃO APRESENTA QUALQUER SOLUÇÃO SOBRE A FORMA COMO VAI OBTER O HIDROGÉNIO… Assim não tem credibilidade alguma…. Porque as formas de obter hidrogénio em larga escala se baseiam na electricidade … ou nos combustíveis fósseis… ficamos na mesma…

  5. Nada de novo, os carros electricos são um engano, quer em termos de custos para o utilizador por km, quer no valor do veiculo em si.. Traz muitos mais problemas para o ambiente do que soluções. Os carros passarão a ser lixo ou a valer perto de zero ao fim de 8 anos por causa dos custos das baterias. Novos caros, carros antigos a ser deitados fora, novas baterias, reciclar velhas baterias … tudo custos financeiros e ambientais que não se fala.

  6. O Alentejano põe claramente o dedo na ferida. Este é um artigo encomendado pelo lobby do hidrogénio. Depois há ainda os lobbies do eléctrico e o dos combustíveis fósseis. E todos eles se estão nas tintas para o impacto ambiental e para a carteira das pessoas. O que interessa, isso sim, é a própria carteira.
    Em todo o caso, importa lembrar que os carros “familiares” eléctricos mais baratos não custam menos de 35.000 (o Nissan Leaf). E, 35.000€ é aquilo que a maioria das famílias não ganha, brutos, em dois anos.
    Portanto, como criminosos que sou, vou-me bastando com diesel, gasolina e GPL até que apareça uma solução, de facto, convincente que, de momento, nenhuma destas o parece ser…

    P.S.: Senhores ZAP, espero que depois dos 5 comentários censurados ontem, hoje publiquem! Grato!

    • Caro leitor (e restantes leitores que falam em “artigos encomendados”):
      O ZAP tem, em 10 anos de vida, dado extensiva cobertura a todo o tipo de inovações sobre veículos elétricos — acerca dos quais publicou centenas de artigos e criou inúmeros vídeos no canal ZAPv.
      Mas o ZAP não se demite de dar informação sobre qualquer assunto que considere pertinente, nem se escusa a apresentar perspetivas divergentes das ditadas pelas normas, pelas escolhas mais populares, pelas modas, ou por quaisquer perspetivas que sejam alegadamente “obviamente a perspetiva correta”.
      E não será seguramente qualquer pressão ou chantagem com acusações gratuitas de “encomenda de artigos” que nos vai impedir de continuar a publicar o que muito bem entendermos ser útil dar a conhecer aos leitores.
      No limite, poderemos simplesmente não ter paciência ou tempo para responder ou esclarecer comentários que falem em “artigos encomendados”, e optar por envia-los diretamente para spam.
      A esses, e aos que seguidamente questionarem porque os anteriores não apareceram publicados.

  7. A sério que comprou um carro com 100 000 km antigo e ele o deixou na mão? Talvez se devesse ter informado do valor da baterias antes de o comprar para perceber que hoje em dia os carros elétricos têm módulos de bateria e não apenas “uma bateria” porque em caso de avaria muda só o módulo, alguém devia explicar ao Sr. Omar Kardoudi que existem países de primeiro mundo tipo sei lá Portugal?!?!? onde se recicla, a EDM Tech faz a reciclagem das baterias de carros elétricos, fora Portugal obviamente que o que não falta é países a fazer a dita reciclagem , com jeitinho ainda o informavam que a Northvolt até faz baterias totalmente recicladas, mas se der algum trabalho talvez devam explicar a este Sr. que existem já carros com alternativas, por exemplo de maneira comercial pode comprar um Aion LX com mais de 1000km de autonomia, que carrega em 8 minutos e com baterias de grafeno e não litio, mas sinceramente este artigo parece-me ser a maneira do ZAP entrar na moda do dizer mal do elétrico para conseguir reacções (e até resulta)

  8. Artigo tão tendencioso e disparatado que nem sei por onde começar a comentar.

    Quanto ao Ford Focus de que falam, foi um “compliance car” e o problema está no facto de já não haver peças para ele. Poderia acontecer exactamente o mesmo com um motor de combustão ou qualquer componente de um qualquer outro veículo. Para além disso, a bateria não avaria toda. Avariam algumas células, que podem ser reparadas com custos muito inferiores. Tanto quanto sei, até em Portugal já há empresas a fazer isso.

    Depois dizem que o Lítio vai acabar: o Lítio é um elemento extremamente abundante na crosta terrestre. Não será fácil acabar. O maior problema é mesmo o eventual impacto da sua extracção, mas isso também será resolvido com novas tecnologias de baterias que usam outros materiais. Afinal de contas a quantidade de lítio usada por uma bateria não é assim tão grande. Depois, relativamente à reciclagem, o lítio é infinitamente reciclável.

    Quanto ao Hidrogénio, estamos a falar de um VE na mesma, só a bateria de Lítio é que é mais pequena e o resto do armazenamento é feito sob a forma de Hidrogénio altamente pressurizado. Em termos de eficiência necessita de muito mais energia para produzir, armazenar e transportar. A célula de Hidrogénio também utiliza muitos materiais raros na sua produção. Todo o processo tem grandes perdas energéticas. É simplesmente muito mais eficiente carregar directamente as baterias. Talvez seja o futuro para camiões e navios, mas eu não queria andar sentado em cima dele no dia-a-dia.

    Comprei o primeiro VE para a empresa em 2015. Na semana passada comprei o 5º VE e não tenciono voltar à combustão.

    • Vivo no centro do país, a um pouco mais de 400km do Algarve. Tenho um VÊ com , supostamente, 440km de autonomia. Viajando na autoestrada se fizer 300km já gozo muito. Depois não sei quantas horas de espera numa área de serviço para abastecer uns kw para chegar ao destino, isto se tiver vaga nos carregadores para o fazer!!!
      Pior ainda, a preços superiores aos da gasolina ou gasóleo.
      É um bom meio de transporte para cidades ou para quem não faz nada e tem 24horas para andar 400km.
      Felizmente tenho um veiculo a gasóleo

      • Uma família média portuguesa faz 2 viagens ao Algarve por ano. Portanto, considerando as viagens no Algarve, vamos admitir que são 15 dias por ano, o que equivale a 4% num ano. O resto do ano a família pode carregar o carro em casa, tendo garagem ou parqueamento. Os custos do carregamento do carro para esses 96% dos dias do ano, comparando aos custos de um carro a combustível, nem sequer estão na mesma ordem de grandeza…

      • Preços superiores aos da gasolina? Fiz agora a viagem Tondela-Algarve, parei apenas 1 vez. Carregou dos 30/40 aos 100% em 40 minutos. Se não tinha espaço nesta, tinha a próxima para carregar, mas não foi um problema. A viagem ida e volta ficou-me facilmente a 80€ de energia, se contar com os carregamentos antes da viagem e não só durante. Quando é que paga isso em gasolina agora? E carreguei em autoestrada. Bastava carregar num lidl ou continente e ficava muito mais barato.
        Num mês com 3 carregamentos em postos rápidos, que me permitem cada um fazer facilmente 300km, gastei perto de 40€. Fica cada carregamento a cerca de 14€. Se faz 300km com 14€ de gasolina……

      • Conta? Também está a contar o dos outros? É que estamos a comparar preços de utilização. Se o preço for relevante, então tbm o n° de km que se faz mensalmente é, porque para alguns a diferença entre o valor dos carros paga se em algunss meses. Sim, já sabemos que são maia caros, mas para quem tem empresas compensa porque vai se buscar o iva.

  9. Gosto dos veículos eletricos (nao tenho um), cheios de tecnologia e mesmo alimentados fora de casa 100km ficam mais baratos que gasoleo.

    Mas não compreendo quanta burrice há na EU e restantes governos mundo fora em ver os veiculos electricos como “amigos” do ambiente.

    A industria resolveu um problema (emissao de gases CO2 por motores a combustao) trocando-o por outro (emissao de gases a extrair litio e cobalto noutro lado do mundo). Até a questao do consumo de petroleo ficou resolvida passando a consumir outros recursos escassos no planeta.

    Nenhum veiculo, ev ice hibrido ou hidrogenio, chega ao stand sem uma pegada ecologica. E uma coisa é comparar um EV com 120km de autonomia vs combustao com 500km de autonomia e dizer que apos 70mil km o EV é mais “amigo” do ambiente. Mas comparando um EV com 500km de autonomia (mais baterias, maior emissao de CO2 na construcao) a coisa fica demasiado feia no que toca ao ambiente.

    Posto isso pergunto-me como pode o nosso governo e outros dar ajudas de custo e isencoes de impostos para fomentar a compra de EVs sob o estandarte de produto verde… Será o conselho cientifico na UE assim tão ignorante, ou há de facto um lobby enorme por detrás destes veículos a influenciar as decisoes europeias?

    Para quem ainda acredita que um veiculo 100% electrico é bom para o ambiente, vale a pena ver este video: https://youtu.be/S1E8SQde5rk

    • Pegada ecológica na construção, acredito que a do eléctrico seja maior mas a do ICE também é grande…
      No dia a dia é incomparável. Mesmo utilizando a electricidade da rede a pegada na produção é muito menor que o combustível que chega às bombas… desde a sua extracção em plataformas no meio do mar algumas a mais de 5km de profundidade, transportes, refinarias, mais transporte…. e bomba, carro e queima….

  10. O futuro é o hidrogénio. Não é à toa que marcas como a Toyota apostem aqui tudo.
    Nos grandes equipamentos nunca poderiam ser baterias (aviões, cargueiros, …). E nos automóveis será igualmente o hidrogénio.
    E estou igualmente convencido que o hidrogénio será no futuro obtido por via da eletrólise de água salgada (a tecnologia já existe e já foi testada com sucesso).

  11. Todos têm direito ã sua opinião. Eu tenho a minha. E não abdico do meu C-Zero. Nunca me deixa ficar mal, Equilibra-me as contas mensais. Foi comprado em segunda mão (carro de serviço) , e ao fim de quatro anos e meio, está como novo. Passei a ter uma condução mais tranquila, nunca me irão multar por excesso de velocidade 🙂 , tenho estacionamento gratuito em Lisboa (EMEL)… só “desvantagens”.

    • Em relação á condução, pode ter uma condução mais tranquila em qualquer carro.
      Quanto ao estacionando grátis, é apenas um “rebuçado” para incentivar a mudança.
      Se todos tivéssemos um carro elétrico, todas essas beneces eram eliminadas, e pagaria estacionando, ISV, etc., tal como os outros carros pagam.
      A eletricidade vai ficar mais cara, por isso quer quem tenha carro elétrico quer não tenha, vai ter de pagar essa fatura!
      Algo tem de ser feito, pois os combustíveis fósseis estão a esgotar-se e tem o problema do CO2 e outros gases.
      O elétrico talvez seja uma solução temporária, mas ainda precisamos de mais alternativas.
      Há que pensar fora da caixa, que podem aparecer novas soluções.
      Até pode ser a corda. 🙂

  12. Daqui a uns anos vamos todos ser taxados pela luz solar , que usamos ,pelo vento que usamos .
    Mas para mim os veículos elétricos nãos passam de uma mera visão lunática onde o futuro deles se espera meramente curta.
    O lítio além de ser demasiado caro a sua extração até se obter uma bateria é mais poluente que um mero motor a diesel ou gasolina. Além de ninguém saber o que fazer a reciclagem das mesma baterias.
    O futuro na minha prespectiva passa mais por células de hidrogênio ou mesmo combustíveis sintéticos .
    Quanto ao resto , já acontece compras. Carro por 30.000€ e depois metes uma baterias novas por 20000€ .e as velhas vão para o lixo , como quase tudo .
    Boa.bka.bla.bla…

    • Por acaso os primeiros carros que foram inventados eram electricos só depois se passou para os movidos a gasolina. Isto do electrico já é uma história antiga.

  13. Um dia (2040?) o lítio vai acabar? Já diziam isso do petróleo há uns anos largos e afinal não se vê sinal disso. Além disso, há estudos e testes com outros materiais para usar em vez do litio, portanto não me parece que os carros eléctricos não tenham futuro. Quanto ao hidrogénio, ainda tem um complicdo caminho a percorrer, mas nunca se deve dizer “desta água não beberei”…

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