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“Una gran porquería!” Capital do Natal de Algés é uma “fraude” (até o espírito natalício falta)

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“Publicidade enganosa” e “fraude”, são algumas das acusações que se fazem à Capital do Natal de Algés, em Oeiras, criticando o parque temático que tem atraído muitos visitantes. A desilusão com o que encontram parece ser a nota dominante e há quem esteja a pedir o reembolso dos bilhetes, considerando que nem sequer o espírito natalício que seria de esperar é garantido.

O “Christmas Fun Park” tinha sido anunciado como o maior evento de Portugal dedicado ao Natal, mas muitos dos visitantes do parque temático localizado junto ao Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, próximo de Lisboa, consideram que se trata de “publicidade enganosa”. Entre os principais queixosos estão espanhóis que ficaram desiludidos com o que encontraram, criticando a má organização e a falta de atracções, face ao que se prometia e ao preço dos bilhetes.

A Unión de Consumidores de Extremadura (UCE), uma associação espanhola de defesa do consumidor, “recebeu mais de 100 chamadas a reclamar do evento” e a pedir intervenção para obter o reembolso dos bilhetes, alegando que é “publicidade enganosa, porque na publicidade que a empresa fez do evento constam serviços e instalações que o parque não tem”, como cita o Público.

No Facebook, já foi criado um grupo de lesados, intitulado “Capital do Natal do Engano“, e que é constituído por “pessoas que foram enganadas pela Capital do Natal, tanto as que foram e perderam o seu tempo e dinheiro, como as que têm entradas compradas e não podem recuperar o seu dinheiro”, explica-se.

Também há uma petição com mais de 2400 apoiantes que apela ao encerramento do parque para que “não enganem mais gente”.

Pelas redes sociais correm críticas de pessoas que já visitaram a Capital do Natal e que se sentem defraudadas, como é o caso de uma espanhola da Andaluzia que fala do “maior golpe do mundo”, queixando-se dos preços da comida e realçando que fez uma “viagem super-longa e muito cansativa” para “uma grande porcaria”.

Outra espanhola conta como chegaram ao parque temático “super iludidos” e como se confrontaram logo com umas decepcionantes casinhas “pré-fabricadas”, concluindo que é um “parque de Natal de bazófia”, com “má organização” e sem nada a ver “com o que oferecem na publicidade”.

“A suposta neve é uma espécie de massa branca” e o que dizem ser “trenós puxados por renas é uma lâmina de plástico onde se monta uma bóia e em diferentes níveis de altura, te empurram”, critica ainda.

“No centro, uma espécie de lago, com a massa de neve que se mistura com a areia da praia dá uma impressão de lama total“, relata também esta espanhola, frisando que quanto à roda gigante anunciada como a “maior da Europa”, há “uma maior no centro de Lisboa”. Ela queixa-se também da pista de gelo, lamentando que “chove do telhado” e que há “elevações” no meio do percurso.

A DECO, Associação de Defesa do consumidor, não terá ainda recebido queixas sobre a Capital do Natal, mas o Público ouviu também portugueses insatisfeitos com o parque. É o caso de Rute Brás, de Vila do Conde, que se mostra “totalmente desiludida”, criticando a “desorganização total”. “Não há magia do Natal. Não vi elfos, não ouvi música de Natal, nem iluminação”, refere, falando em “filas de duas horas” para as principais atracções. “Eu não me importava de esperar numa fila de duas horas se houvesse espírito natalício à volta, com música, animação, o que não havia”, nota, salientando que foi “o bilhete mais caro” que pagou e que “nem de graça lá voltava”.

Uma família de Santarém fala de “um fiasco total”, notando que “a tenda do gelo é uma desilusão, com meia dúzia de figuras”, e que considera ter ficado com “prejuízo” depois de ter pago 115 euros por três adultos e uma criança.

Os bilhetes custam 25 euros para crianças dos três aos 12 anos e para os seniores. Os adultos pagam 30 euros pela entrada.

A Câmara Municipal de Oeiras já anunciou que “está a proceder à averiguação dos factos”, depois das “reclamações de visitantes”, tratando de realçar que o evento é “privado e apoiado por diversas entidades”, como cita a TSF.

A empresa organizadora nota que “algumas entidades em Espanha, como blogues e agências de viagem, veicularam informação incorrecta sobre o evento, como por mero exemplo a existência de pistas de ski com neve”. “Esta acção acabou por criar falsas expectativas a alguns visitantes e afectou negativamente a sua experiência no parque, o que deu origem a um conjunto de queixas e comentários negativos nas redes sociais”, aponta a empresa numa nota na sua página do Facebook.

SV, ZAP //

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