Croácia 1-1 Brasil (4-2 g.p.) | Canarinha em choque volta a cair perante europeus

Georgi Licovski / EPA

Choque! O Brasil, um dos candidatos principais a conquistar o Mundial 2022, foi eliminado nos quartos-de-final. O carrasco da “canarinha” foi, mais uma vez, uma selecção europeia.

Desde 2002, ano em que os brasileiros conquistaram pela última vez um Campeonato do Mundo, as formações europeias afastaram sempre a formação sul-americana, algo que começa a definir um padrão preocupante para o “escrete”. O Brasil dominou, atacou mais, criou mais perigo, mas após marcar no prolongamento, por Neymar, deixou-se empatar perto do fim por Bruno Petković e acabou por cair no desempate por grandes penalidades. Dominik Livaković foi o grande responsável pelo desfecho.

Tanto domínio para nada

A tarefa do Brasil mostrou-se complicada desde o início. Os croatas não caíram no erro de atacarem sem critério, abrindo espaços para o talento da “canarinha”. Ao invés, esperaram, pressionaram apenas no seu meio-campo e encetaram alguns contra-ataques interessantes. Os sul-americanos, que nunca conseguiram criar lances colectivos de ruptura e nunca usufruíram de muitos espaços, tiveram mais bola (embora nada de avassalador), mais acções na área contrária e mais remates, bem como os três únicos enquadrados, e por esse motivo, o guardião croata Dominik Livaković foi a figura da primeira metade, com um GoalPoint Rating de 6.0, com três defesas.

Livaković que, aos 55 minutos, viu Richarlison combinar bem com Neymar e servir a preceito o criativo do PSG, mas saiu-se bem e evitou o golo brasileiro. Richarlison, atacante do Tottenham, era o jogador que fazia rodar todo o ataque brasileiro, estando nas principais jogadas de perigo, geralmente protagonizadas, no momento da finalização, por Neymar, mas o guardião croata ia negando a felicidade ao craque.

A verdade é que, no segundo tempo, o Brasil foi bem mais esclarecido e perigoso no ataque, com muitos lances de perigo e não fosse Livaković e o “escrete” teria mesmo garantido a passagem às meias-finais nos 90 minutos regulamentares, com mais remates e oito enquadrados, contra nenhum da formação europeia. E o jogo seguiu para prolongamento, mais um neste Mundial 2022.

E aí a maior qualidade da “canarinha” veio ao de cima. No último ataque da primeira metade do prolongamento, Neymar combinou com Paquetá, isolou-se e ultrapassou Livaković, antes de rematar de ângulo apertado para o 1-0, ao 19º remate brasileiro, décimo enquadrado. Foi o 77º golo de Neymar pelo Brasil, igualando o número do “rei” Pelé. Tudo apontava para a passagem brasileira, mas aos 116 minutos, Bruno Petković viu uma oportunidade para rematar em zona frontal à área contrária e fê-lo com sucesso, levando o jogo para o desempate por penáltis.

Aqui, Livaković voltou a ser decisivo, travando uma das duas penalidades que o Brasil falhou, a batida por Rodrygo. A outra foi ao ferro, desperdiçada por Marquinhos, e mais uma vez o “escrete” caiu no Mundial às mãos de uma selecção europeia, algo que acontece sempre desde a última vez que conquistou o ceptro, em 2022.

MVP GoalPoint: Dominik Livaković 

Que exibição portentosa. O guarda-redes da Croácia voltou a brilhar a grande altura e foi o principal responsável pela vitória da turma dos Balcãs, que aguentou o Brasil durante 120 minutos e depois ainda travou uma das grandes penalidades no desempate. O jogador do Dinamo Zagreb foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 8.7. O guardião ficou o máximo de defesas neste Mundial 2022, nada menos que 11 (sem contar com a do desempate por penáltis), sete a remates na sua grande área e três a disparos de perto. Ao todo evitou 2,2 golos (defesas – xSaves).

Outros Ratings

Croácia

Josip Juranović 7.3

O lateral-direito fez um grande jogo, a atacar e a defender. Ao todo somou três passes para finalização, dois cruzamentos de bola corrida eficazes em quatro, acertou 60 de 64 passes (94%), recuperou sete vezes a posse de bola e fez quatro desarmes.

Dejan Lovren 6.6

Jogo sólido do central a travar a grande pressão brasileira, com registo de nove recuperações de posse, dez alívios (máximo), 104 acções com bola e oito passes longos certos em 11.

Neymar 7.3

O craque brasileiro fez o golo da sua equipa, chegando aos 77 pela sua selecção, o mesmo número de Pelé. Porém, acabou traído pela incapacidade “canarinha” em segurar o resultado. Terminou como o mais rematador do jogo, com cinco disparos, todos enquadrados, completou três de dez tentativas de drible e fez duas conduções super progressivas. De negativo duas ocasiões flagrantes falhadas, 26 perdas de posse (máximo) e quatro desarmes sofridos.

Lucas Paquetá 6.8

Mais um grande jogo do médio, que enquadrou os seus dois remates e fez a assistência para o tento de Neymar.

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