José Sena Goulão / Lusa

José Luís Carneiro
Os outros nomes de que se falava para a corrida à liderança do PS decidiram não avançar perante o apoio interno já conquistado por José Luís Carneiro, que fica com o caminho livre para suceder a Pedro Nuno Santos.
Depois de Duarte Cordeiro ter confirmado que não será candidato à liderança do PS, foi agora a vez de Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva e Ana Catarina Mendes também anunciaram que não vão apresentar candidaturas, deixando o caminho livre para José Luís Carneiro.
“Tendo defendido publicamente um processo de reflexão profundo e alargado, que pelas circunstâncias criadas não se realizará antes das eleições internas, entendem, neste momento de eleições autárquicas, ir ao encontro do apelo de unidade do partido não apresentando candidatura”, afirmam ao Expresso.
Carneiro, que surpreendeu quando se posicionou como alternativa a Pedro Nuno Santos em 2023, conta agora com o apoio das maiores federações distritais, incluindo Porto, Braga e Coimbra. Até antigos rivais, como Manuel Pizarro, uniram-se em torno do seu nome. A sua estratégia de preparação ao longo dos últimos anos revelou-se eficaz, tornando praticamente inviável qualquer candidatura alternativa.
O calendário eleitoral interno está também sob pressão por autarcas socialistas, que não querem que o debate interno contamine as autárquicas de outubro. A proposta dominante aponta para eleições diretas até ao verão (junho ou julho) e congresso após as eleições locais. Essa posição foi reafirmada por figuras influentes como Luísa Salgueiro, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, e Pedro Ribeiro, líder Associação dos Autarcas socialistas.
Apesar do consenso em torno de Carneiro, há vozes dentro do partido que defendem um processo mais democrático e participativo. O dirigente Daniel Adrião apresentará uma proposta para eleições primárias abertas a simpatizantes no outono, seguidas de um congresso estatutário.
Entretanto, o PS debate também o seu papel na nova configuração parlamentar. José Luís Carneiro defende a viabilização do Governo da AD e compromissos para reformas, evitando cenários de instabilidade.
No entanto, há tensões internas entre os defensores de uma oposição mais combativa e os que advogam por uma reconstrução ponderada. “As pessoas querem que estejamos bastante tempo na oposição”, refere um dirigente, que acredita que o PS voltará a cair se houver em breve novas eleições.
Na reunião do secretariado na noite eleitoral, falou-se que o partido deveria fazer um acordo com a AD para proteger o sistema constitucional e que é preciso fazer uma “reflexão profunda” sobre as causas do desaire eleitoral. Esta opção implica viabilizar o Governo da AD enquanto o PS sara as feridas.
O futuro do PS será decidido nas próximas semanas, com a liderança de Carneiro a emergir como o novo rumo quase garantido.
Com este vão continuar a afundar-se!
Que não venha este com sorriso de peneirento. Se não, rapidamente, o povo atira-o ao chão.
Mais um “artificial” para ser queimado!