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Cameron quer acabar com comunicações encriptadas – incluindo Snapchat e WhatsApp

The Prime Minister's Office / Flickr

O primeiro-ministro britânico, David Cameron

O primeiro-ministro britânico, David Cameron

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu que, se vencer as eleições de maio no Reino Unido, vai dar mais competências aos serviços secretos para vigiar comunicações privadas, para facilitar a luta contra o terrorismo.

Num encontro partidário em Nottingham (centro de Inglaterra), em que apresentou o manifestado do Partido Conservador, Cameron disse que pretende apresentar uma lei que legalize o acesso dos serviços secretos às comunicações privadas dos cidadãos, em particular as digitais, e às respetivas atividades na Internet.

“O primeiro dever de qualquer cidadão é proteger o país e os cidadãos”, disse, citado pela imprensa britânica.

Os atentados da semana passada em Paris “demonstraram uma vez mais a escala da ameaça terrorista e a necessidade de as agências de segurança e de informações e a polícia terem competências fortes para manter os nossos cidadãos a salvo”, disse.

“Sinto-me confortável com as competências de que creio que precisamos, seja em informação sobre comunicações seja sobre o seu conteúdo. São absolutamente adequadas numa democracia moderna e liberal”, assegurou.

O jornal New York Times revela que o primeiro-ministro britânico está mesmo a ponderar proibir aplicações que permitam a troca de mensagens encriptadas, como sucede com o Snapchat e o WhatsApp.

Cameron sugere as operadoras de telecomunicações sejam obrigadas a armazenar mais dados sobre as atividades dos utilizadores e que as cedam as autoridades.

A atual legislação britânica sobre acesso às comunicações privadas expira em 2016, pelo que o governo que sair das eleições de 7 de maio terá de legislar sobre essa matéria.

Até agora, o governo conservador de Cameron não tem conseguido ampliar as competências dos serviços secretos para vigiar comunicações dada a oposição de organizações de defesa dos direitos humanos e dos democratas-liberais, seus parceiros de coligação.

“Se for eleito primeiro-ministro, assegurarei que haja uma legislação bastante completa que garanta que não permitiremos aos terroristas um espaço seguro para comunicarem entre si“, disse.

O acesso às comunicações privadas dos cidadãos voltou para a primeira linha do debate depois das revelações do ex-analista da NSA Edward Snowden da existência de programas de vigilância em massa de comunicações pelos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido.

/Lusa

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