Trump vs. camarada Kamala, imigrantes a comer cães e raro aperto de mãos. Debate decisivo nos EUA

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Demetrius Freeman / EPA

Kamala Harris e Donald Trump cumprimentam-se

O primeiro debate entre Kamala Harris e Donald Trump ficou marcado por temas quentes como a imigração, a economia e o acesso ao aborto.

O tão aguardado debate entre Kamala Harris e Donald Trump finalmente chegou — e se a anterior performance desastrosa de Biden contra Trump nos mostrou alguma coisa, é que não podemos desvalorizar a importância que estes confrontos (ainda) têm no rumo de uma campanha.

Sediado pela rede ABC News, o debate decorreu no National Constitution Center, em Filadélfia, e foi regido pelas mesmas regras que foram ditadas para debate de junho entre Trump e Biden, incluindo desligar os microfones enquanto o adversário está a falar, a ausência de público no estúdio e a proibição de perguntas entre os candidatos.

Apesar de ter começado de forma diplomática, com um raro aperto de mãos solicitado por Kamala Harris; o primeiro num debate presidencial desde 2016; o tom da discussão rapidamente azedou.

IVA de Trump e a camarada Kamala

A número dois de Biden aproveitou a ocasião para frisar algumas das bandeiras da sua campanha, prometendo uma reforma fiscal para ajudar a classe trabalhadora e as pequenas empresas.

“Fui criada na classe média e sou a única pessoa aqui esta noite que tem um plano para elevar as pessoas da classe média na América”, afirmou Kamala Harris, que garantiu que irá trabalhar com os privados para construir mais três milhões de casas caso seja eleita.

Harris também cunhou o termo “IVA de Trump” para descrever o que serão os efeitos da taxa de 20% que o republicano quer impor a bens importados. “Isso resultaria em despesas de mais quatro mil dólares por ano” em média para as famílias, apontou a democrata, acusando-o de querer dar cortes de impostos aos ricos às custas da classe média.

O seu plano de cortes fiscais, afirmou, oferece benefícios de seis mil dólares para famílias jovens e de 50 mil dólares para pequenas empresas.

“Trump deixou-nos o pior desemprego desde a Grande Depressão, a pior epidemia de saúde pública num século e o pior ataque à nossa democracia desde a guerra civil. Estivemos a limpar a porcaria deixada por Trump”, atacou, afirmando que o rival “não tem um plano” para as pessoas e que os economistas avaliaram negativamente a sua proposta de tarifas alfandegárias.

Trump respondeu à letra, descrevendo a adversária  como “marxista” e até a baptizou com uma nova alcunha: “Camarada Kamala”. “Ela é marxista. Todos sabem que ela é marxista. O pai dela é um professor marxista de economia, e ele ensinou-a bem”, declarou sob o olhar atento de Harris, que sorria e abanava a cabeça.

O mandato de Biden e Harris ficou ainda marcado por “provavelmente a pior inflação da história“, atirou Trump, num frase que foi rapidamente desmentida na imprensa.  “Eu criei uma das maiores economias da história do nosso país. Eles destruíram a economia”, vangloriou-se ainda o ex-Presidente.

O candidato Republicano referiu ainda que Harris “não tem um plano“. “Ela copiou o plano de Biden e resume-se a quatro frases. Quatro frases que são apenas ‘vamos tentar reduzir os impostos’. Ela não tem programa”, acusou.

“Lembrem-se disto: ela é o Biden. Sabem, ela está a tentar afastar-se do Biden. Ela é o Biden”, frisou Trump.

Kamala Harris respondeu com uma gargalhada. “Primeiramente, acho que é importante lembrar o ex-Presidente que não está a concorrer contra Joe Biden. Está a concorrer contra mim. Claramente, eu não sou Joe Biden”, refutou.

Trump disse ainda que Kamala Harris tem mudado de políticas nos últimos anos e que até ponderou dar-lhe um dos seus famosos bonés vermelhos MAGA como presente. “Tudo aquilo em que ela acreditava há três ou quatro anos deu errado. Ela está a seguir a minha filosofia agora. Eu até lhe ia enviar um chapéu MAGA“, afirmou, incitando gargalhadas da vice de Joe Biden.

Trump distancia-se do Projeto 2025

Ainda nos primeiros momentos do debate, após acusações de Kamala Harris, Donald Trump recusou qualquer ligação ao Projeto 2025, um polémico programa desenvolvido pelo think tank ultraconservadores Heritage Foundation caso o republicano vença, qualificando algumas das propostas como “boas e outras más“.

“O que vocês ouvirão hoje à noite é um plano detalhado e perigoso chamado Projeto 2025, que o ex-presidente pretende implementar se for eleito novamente”, disse Kamala Harris.

“Como vocês sabem, e como ela sabe, não tenho nada a ver com o Projeto 2025. Isso está aí, eu não li. Não quero ler, propositadamente. Não vou ler”, assegurou Trump.

O programa inclui medidas como o desmantelamento de várias agências do Governo federal e a demissão de milhares de funcionários para os substituir por pessoas leais a Trump que, sem objeções, aplicariam uma agenda ultraconservadora.

Apesar de Trump negar qualquer vínculo com esse projeto, um levantamento feito pela CNN internacional indica que pelo menos 140 pessoas que trabalharam no Governo do magnata estavam envolvidas com o Projeto 2025 de alguma forma.

Confrontado com a sua recente admissão de que, na verdade perdeu as eleições de 2020 “por um fio“, Trump disse que estava a ser sarcástico. “Eu disse isso? Foi sarcástico”, afirmou, repetindo novamente que a eleição foi “roubada”.

O ex-Presidente acusou ainda os Democratas de serem indiretamente responsáveis pela sua tentativa de assassinato. “Eu fui baleado na cabeça por causa das coisas que eles dizem sobre mim. Eles falam da democracia, que eu sou uma ameaça à democracia. Eles é que são uma ameaça à democracia com uma investigação falsa à Rússia que não foi a lado nenhum”, atirou, referindo-se ao escândalo Russiagate.

Em referência às crenças de Trump de que a eleição de 2020 foi manipulada, Kamala Harris respondeu com ironia: “Donald Trump foi despedido por 81 milhões de pessoas. Claramente, está a ser difícil para ele processar isso”.

Afinal, Kamala é negra ou não?

Questionado sobre seus comentários anteriores sugerindo falsamente que Harris “de repente tornou-se negra” para fins políticos, Trump disse que “não poderia importar-me menos” com a raça dela. “Eu não me importo com o que ela é. Eu li que ela era negra. Depois li que ela não era negra”, respondeu.

Harris lamentou que Trump use as questões raciais para dividir os americanos, apontando como exemplos um processo de discriminação aberto a uma empresa de sua na década de 1970 por negar habitação a negros ou o seu apoio à aplicação da de morte contra os Central Park Five, um grupo de adolescentes negros e latinos que acabaram por ser ilibados.

“Acho uma tragédia termos alguém que deseja ser presidente e que, consistentemente, ao longo de sua carreira, tentou usar a raça para dividir o povo americano”, disse Harris.

Imigrantes a comer cães e gatos

Como seria de esperar, a imigração foi outro dos temas quentes do debate. Um dos momentos mais memoráveis surgiu quando Trump repetiu uma teoria da conspiração  sobre imigrantes do Haiti que comem os animais de estimação da população de Springfield, no Ohio.

Eles comem os cães, os gatos. Eles comem os animais de estimação das pessoas que vivem lá”, propagou o ex-Presidente, que foi prontamente desmentido pelos moderadores do debate, que reforçam que não há provas disto.

Kamala Harris aproveitou a deixa para atacar a hipocrisia de Trump — que acusa tantas vezes os imigrantes de ser criminosos quando ele próprio já teve problemas com a justiça. “Essa é boa, vinda de alguém que já foi acusado por crimes contra a segurança nacional, crimes económicos, interferência nas eleições e que foi considerado responsável de agressões sexuais”, frisou a candidata.

Aborto aquece o debate

Os candidatos discutiram ainda sobre o aborto, uma das maiores vulnerabilidades eleitorais de Trump. Kamala Harris recordou o papel fundamental de Trump na nomeação de três juízes ultraconservadores que acabaram por reverter a decisão Roe v. Wade que garantia o acesso federal ao aborto.

“Não é preciso abandonar a sua fé ou crenças profundamente arraigadas para concordar que o governo e Donald Trump certamente não deveriam dizer a uma mulher o que fazer com o seu corpo”, declarou.

A vice de Biden acredita ainda que o seu adversário decretaria uma proibição nacional do aborto se vencesse – uma afirmação que Trump rejeitou. “É mentira. Não vou assinar uma proibição e não há razão para assinar uma proibição porque conseguimos o que todos queriam”, referiu, realçando que defende que a decisão final deve caber a cada estado.

Trump acusou ainda o número dois da campanha de Kamala, o Governador Tim Walz, de ser a favor de “execuções após o nascimento” dos bebés, algo que foi também desmentido pelos moderadores na hora.

Israel e Ucrânia

Houve ainda tempo para serem abordadas algumas questões de política externa. Sobre o conflito entre Israel e o Hamas, Trump saiu ao ataque, acusando Harris e “odiar Israel” e garantindo que a recente escalada do conflito não teria acontecido se fosse ele o Presidente. Se Kamala for eleita, “Israel não vai existir daqui a dois anos“, acusou ainda.

A vice-Presidente reforçou o seu apoio a um cessar-fogo e a uma solução de dois Estado. “Israel tem o direito de se defender. Mas também é verdade que demasiados palestinianos inocentes foram assassinados, incluindo crianças e mães. O que sabemos é que esta guerra tem de acabar”, defende.

Sobre a Ucrânia, Trump notoriamente fugiu à pergunta quando foi confrontado sobre quer que os ucranianos vençam a guerra contra a Rússia. “Quero que a guerra acabe, quero salvar vidas”, afirmou, sem adiantar detalhes sobre o seu plano para a paz.

Kamala aproveitou a deixa para acusar Trump de ser um vassalo de Putin e de ser amigo de ditadores. “Se Donald Trump fosse Presidente, Putin estaria sentado em Kiev agora. As alianças que temos pelo mundo dependem da nossa capacidade de tomar conta dos nossos amigos e não favorecer os nossos inimigos”, frisou.

Adriana Peixoto, ZAP //

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14 Comments

  1. Como é que está Senhora ainda se deu ao trabalho de ir cumprimentar este mentecapto?
    Como é que há gente que vota num tipo destes…só mesmo americanos?

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  2. Ana Maria : Não gosto do Bébé Trump , além de balbuciar inépcias , estar com uma serie de Processos en Tribunal , é Narcísico e inchado de Dólares ! …………………….mas há quem goste de Loiros , nada contra isso !

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  3. Ana Maria, olhe, vá para a América e vote nele, no Trump.
    Ou então vá para a Rússia ou para a Venezuela.
    Aproveite e fique por lá… .

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  4. “eu não sou Joe Biden”, diz Kamala. Então está-se a renegar a ela própria, já que é vice-presidente de Biden. Em termos de postura, achei Trump com mais pose de estadista. Kamala, algo nervosa e a falar muito com as mãos. Mostrou muito mais fragilidades. O que vi é preocupante para os EUA! A Rússia pode estar a gostar.

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  5. Pela firmeza e prontidão das suas respostas, achei Trump muito mais bem preparado. Kamala, algo hesitante, mostrou porque tem sido uma vice-presidente sem qualquer relevo. Se esta candidata , por acaso vencer, o que não acredito, os Esados Unidos da América fazem uma perigosa viragem à esquerda (quase radical), quando há vários focos de perigo e instabilidade internacional (Rússia, Ucrânia, Coreia do Norte; China, Venezuela, Israel, Irão). Isto é muito preocupante.

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  6. @atento: Pois é. O Trump é um mentecapto. No entanto, enquanto ele esteve de presidente dos EUA, não houve guerras começadas por ele. Aliás, ele acabou com o que restava no Afeganistão. E assinou para que houvesse a retirada dos restantes militares que se encontrava nesse país. Retirada essa que o cínico do Joe Biden lixou tudo.
    As pessoas podiam, entre muitas outras, ir às compras, encher o depósito dos seus automóveis. Manter as suas casas, etc.
    A administração Trump assinou um acordo histórico no médio oriente entre o Sudão e Israel.
    E a lista continua
    Mas pelos vistos, tu e todos que pensam como tu, adoram guerras, um nível de vida impossível para 90% da população. A saúde num caos. Etc.
    Vives num país onde há gente que votaram para ter quase nove anos seguidos de um primeiro ministro que arruinou Portugal. Dezenas de milhares de migrantes ilegais que não cumprem as leis portuguesas e já estão a começar o tipo de “gente” que realmente são.
    Milhares de famílias a perderem tudo. Emprego, casa, carro, etc. Um nível de vida quase impossível de acompanhar.
    Enfim, há quem goste de ovelhas. Nada contra isso !

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  7. Eu tenho dupla nacionalidade, querido “atento”. Vivo nos Estados Unidos da América há quase trinta anos, sei aquilo a que me refiro. Não considero que a dita cuja (Kamala) deva ser presidente do meu país. Tenho legitimidade para fazer comentários em notícias destas. Votem numa pessoa por aquilo que demonstra ao nível de competências, e não pelos sorrisos amarelos ou pela cor da pele. É lamentável esta viragem à esquerda pelo mundo! 🙁

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  8. Este des-“atento” para além de não perceber o que se tem passado nos EUA nos últimos 4 anos, deve andar com umas saudades loucas do “costinha” ,’tadito… …

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  9. Ana Maria, até a FOX que é pró-Trump disse que a Kamala ganhou o debate. Caso não tenha reparado Kamala apresentou-se muito bem preparada e conseguiu pôr o Trump à defesa.. Trump baralhou-se com a assertividade de Kamala e além de 31 mentiras contabilizadas pelos midia (contra uma de Kamala) caiu no ridiculo quando disse que os imigrantes estão a comer cães e gatos e que há estados a fazer abortos até aos 9 meses. Se a Ana não consegue perceber o quanto Trump é desqualificado para Presidente, faça um favor ao país onde nasceu e fique nos states, não venha estragar Portugal.

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  10. Trump é, é verificou-se uma vez mais, um narcisista mentecapto sem qualquer projeto para a América e para o Mundo, que não seja a sua imagem e encher os seus bolsos à custa do Zé.
    Foge e não paga impostos, abusador e se não ganhar vai para a cadeia.
    Esperava fazer o hotel Trump em Moscovo, mas saiu-lhe o tiro pela culatra!

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  11. Manuel Joaquim Afonso, digo a si exatamente o que eu disse ao (des)atento.
    O Trump é um mentecapto. No entanto, enquanto ele esteve de presidente dos EUA, não houve guerras começadas por ele. Aliás, ele acabou com o que restava no Afeganistão. E assinou para que houvesse a retirada dos restantes militares que se encontrava nesse país. Retirada essa que o cínico do Joe Biden e a sua administração lixaram à grande.
    As pessoas podiam, entre muitas outras, ir às compras, encher o depósito dos seus automóveis. Manter as suas casas, etc.
    A administração Trump assinou um acordo histórico no médio oriente entre o Sudão e Israel.
    E a lista continua
    Mas pelos vistos, você e todos que pensam como você, adoram corrupção descarada, guerras, um nível de vida impossível para grande parte da população. A saúde e educação num caos. E isto só mesmo para nomear alguns.
    Você num país onde há gente que votaram para ter quase nove anos seguidos de um primeiro ministro que arruinou Portugal. Dezenas de milhares de migrantes ilegais que não cumprem as leis portuguesas e já estão a começar o tipo de “gente” que realmente são.
    Um nível de vida quase impossível para a maioria das famílias portuguesas.. Milhares de famílias a perderem tudo. Emprego, casa, carro, etc.
    Você deve ter “as costas bem largas”, Ou então não passa de mais um que come gelado com a testa.

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  12. Se não querem ter gravidezes, o melhor a fazer é tomar pílulas ou outras coisas ou, então, usar preservativos de toda a espécie, evitando o homicídio cruel e injusto de um ser inocente.

    No caso de violação ou doença grave, baixo os braços. Mas quando se faz um bebé, seja por acidente ou não, ou vai para adoção, ou o casal ganha tomates (sim, homem e mulher, porque o homem ajuda a fazer os filhos) e cria o filho. Não é justo estar a matar um ser que já tem braços, pernas, mãos, olhos, tudo a formar-se, coração a bater.

    A esquerdalhada usa sempre este tema para tentar ganhar destaque ou superioridade. Por isso é que é possível que a tonta da Kamala ganhe cá nos Estados Unidos. Só vêm pretos e abortos, e mais uma série de tretas insignificantes.

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