O calor ameaça o salmão

Mortalidade marinha em massa: temperatura registou aumento impressionante de 4 graus e o risco infestações por piolhos do mar é maior.

Uma das consequências mais visíveis e mais preocupantes das alterações climáticas é a subida da temperatura.

Os picos e recordes sucessivos de calor originam, por exemplo, mortalidade marinha em massa.

É o que está a acontecer há meio ano nas águas da Escócia, condicionadas por uma vaga de calor marinha de categoria 4.

A temperatura aumentou 4 graus, o risco de infestações por piolhos do mar também.

Várias espécies são obviamente ameaçadas. Uma delas é o salmão.

O número de mortes de salmão duplicou no ano passado.

Foram detectados peixes cobertos de piolhos marinhos parasitas invasores em cinco explorações, numa investigação recente local.

“As vagas de calor marinhas estão a tornar-se mais frequentes, generalizadas e duram mais tempo. Isto cria um ambiente ideal de reprodução para os piolhos do mar, levando à reprodução desenfreada”.

“Estes parasitas alimentam-se da pele, do muco e do sangue do salmão, com milhões potencialmente libertados no ambiente mais vasto”, explicou a cientista Lex Rigby, em entrevista ao canal Euronews.

Os piolhos do mar costumam estar em baixas densidades na natureza; e são uma preocupação crescente, muito por causa do aumento da temperatura do mar.

Quase 9 milhões de peixes já foram dados como mortos em explorações de salmão, só em 2023.

Igualmente neste ano, 25% do salmão de viveiro na Escócia já morreu.

A criação de salmão, vista até há uns tempos como a alternativa mais viável, também está a ser atacada pela consequências das alterações climáticas.

“Qualquer aumento de temperatura é um stress adicional e qualquer aumento súbito e grande que vá além daquilo a que os animais estão habituados pode causar stress ao ponto de morrerem – poderíamos ver uma mortalidade em massa da aquacultura, sejam peixes ou mariscos”, sublinhou Sevrine, do Laboratório Marinho de Plymouth.