Cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Brasil, desenvolveram uma vacina que pode revolucionar o tratamento da dependência química.
A Calixcoca nasceu com o objetivo de combater a dependência de cocaína, num país com uma taxa de uso muito alta. Apresenta-se, assim, como uma estratégia nova e potencialmente inovadora para combater a toxicodependência em todo o mundo.
A vacina provoca uma resposta imunológica que provoca a produção de anticorpos que se fixam nas partículas de cocaína presentes no sangue. Como resultado dessa ligação, são formadas moléculas maiores, demasiado grandes para passar pelo sistema mesolímbico, o centro de prazer do cérebro. Esta região é a responsável pela libertação de dopamina aquando do consumo da droga.
Atualmente, a Calixcoca encontra-se a ser testada em humanos. Contudo, os resultados até ao momento são bastante promissores, já que a vacinação também se mostrou eficaz na proteção dos fetos de ratos dos efeitos nocivos da exposição à cocaína durante a gravidez.
Apesar disso, os testes em humanos são uma etapa muito importante para a vacina e poderão representar um ponto de viragem significativo na criação de um potencial medicamento.
“Esta conquista representa uma grande vitória para a comunidade de investigadores da UFMG e para a ciência brasileira”, afirma Sandra Regina Goulart Almeida, reitora da universidade, em comunicado. “A Calixcoca traz esperança por se apresentar como uma importante alternativa de tratamento contra as drogas.”
Ainda assim, lembra, “há um longo caminho a percorrer“, nomeadamente na fase de testes.
Frederico Garcia, líder da equipa, acredita que, se os reguladores derem luz verde, esta vacina será inovadora, sendo a primeira a ser usada para tratar a dependência de cocaína.
