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Os cães já nascem “prontos” para comunicar com os humanos

Um novo estudo indica que os cães que têm pouco contacto com pessoas conseguem entender gestos, como o de apontar, e têm tendência para prestar atenção ao rosto dos humanos.

A pesquisa sugere que cães com apenas oito semanas “exibem competências sociais e interesse nos rostos humanos”, sendo que mostram, desde o primeiro ensaio, a capacidade de reagir quando um humano aponta para algo, seguindo nessa direção.

Emily E. Bray, da Universidade do Arizona, refere que “tudo isto sugere que os cães estão biologicamente preparados para comunicar com humanos”.

Durante a pesquisa, Bray e a sua equipa testaram 375 labradores e golden retriever com idades entre as oito e as dez semanas.  Os cientistas orientaram os cães diversas vezes para um conjunto de quatro tarefas que tinham o objetivo de aferir as suas competências sociais.

As primeiras duas tarefas serviam para perceber se os cachorros tinham capacidade de entender gestos humanos. Em ambos os casos, os cães seguiram o objeto que lhes estava a ser indicado em 67% das vezes. Os pequenos cães tiveram tanto sucesso nestas tarefas como os cães adultos.

Na segunda tarefa, foi colocada uma gravação de voz, semelhante à de uma criança, a interagir com o cachorro. Enquanto isso, um dos investigadores ficava a olhar para o animal, com o objetivo de medir quando tempo é que este prestava atenção à cara do humano.

Em média, os cães mais pequenos ficavam seis segundos a olhar para o humano, enquanto os cães adultos tendem a ter mais tempo de contacto com o humano, o que sugere que os cães aprendem com o tempo a prestar mais atenção ao rosto humano.

O último teste passava por colocar alguns petiscos dentro de uma taça de plástico. A tarefa de aceder aos petiscos foi ficando progressivamente mais difícil, até se tornar impossível ao animal chegar a eles.

O objetivo era perceber se os cães faziam contacto visual com os humanos em busca de ajuda. Nesta tarefa, os cachorros tendiam a ignorar os humanos ao seu redor. Isto sugere que o instinto de recorrer a um humano para auxílio é algo que os cães aprendem após a interação prolongada com pessoas.

O estudo concluiu ainda que 40% das variações registadas na performance ao longo das primeiras três tarefas está relacionada com características genéticas ou hereditárias dos animais, escreve o Science Alert.

O estudo foi publicado na revista Current Biology a 3 de junho.

ZAP //

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