A salmonela costuma ser transmitida por alimentos ou água contaminados pela bactéria com o mesmo nome, mas um novo estudo sugere que, se tiver um cão de estimação, é provável que também seja suscetível à infeção.
Investigadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (PSU), nos Estados Unidos, descobriram que os cães de estimação podem ser um ponto de transmissão de Salmonella não tifoide e resistente a antibióticos.
A bactéria ataca as células que revestem o intestino e dificulta a absorção de água pelo corpo, causando cólicas estomacais, diarreia, náuseas, dores de cabeça e febre, sintomas que podem perdurar de quatro a sete dias.
“Especialmente com a salmonela, pensamos no papel da agricultura e da transmissão, nomeadamente no papel dos ovos e da carne bovina na transmissão”, começou por explicar Sophia Kenney, citada pelo New Atlas.
“No entanto, nós não deixamos as vacas dormirem nas nossas camas ou lamberem o nosso rosto. Temos um vínculo muito próximo com os animais de companhia, principalmente com os cães”, salientou a investigadora.
De acordo com o comunicado da universidade norte-americana, as infeções por Salmonella em cães não são muito comuns, mas os cientistas estão cientes da existência de surtos de origem alimentar relacionados com petiscos para animais de estimação ou decorrentes do contacto com alimentos contaminados.
Num primeiro momento da investigação, a equipa verificou os registos da rede veterinária da Food & Drug Administration, dos Estados Unidos, e encontrou 87 casos de salmonela em cães de estimação de 2017 a 2023.
Depois, procuraram casos humanos correspondentes, tendo encontrado 77 casos em que a bactéria se terá espalhado de cães para humanos.
“É importante manter práticas simples de higiene, como lavar as mãos, que são muito necessárias para proteger os nossos amigos de quatro patas e a nós mesmos. Devemos respeitar a ameaça duradoura da Salmonella e permanecer vigilantes para evitar a sua propagação”, alertou o epidemiologista Nkuchia M’ikanatha.