A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) apresentou uma queixa ao Ministério Público relativamente à entrada de cadáveres no Serviço de Urgência do Hospital de Aveiro, anunciou aquele organismo.
Em causa está uma norma do Centro Hospitalar Baixo Vouga (hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja), que diz que os cadáveres devem entrar pela Urgência e, após terem alta, devem ser transportados por auxiliares para o Instituto de Medicina Legal.
Na queixa, que deu entrada esta semana no MP da Comarca de Aveiro, a Ordem diz que esta medida, que entrou em vigor em agosto passado, viola o regime jurídico das perícias médico-legais e o decreto-lei que regula a remoção e transporte de cadáveres.
“Esta situação é profundamente ilegal. Estamos a falar de uma situação compatível com um país do terceiro mundo e que não acontece em mais nenhum hospital do país”, disse à Lusa o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, defendendo que os cadáveres têm de ser transportados diretamente para a morgue.
Além das questões de ordem jurídica, o presidente da SRCOM salienta ainda que esta prática é “um desrespeito” pelos cadáveres e pelos doentes do serviço de Urgência e revela “traços de falta de humanidade”.
“Muitas vezes, os médicos vão tratar de um doente emergente ao lado de um cadáver“, adiantou Carlos Cortes, acrescentando ter conhecimento de que “há equipas que se recusam a trabalhar com um cadáver ao lado deles”.
O presidente da SRCOM adiantou ainda que já alertaram a administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga para esta situação, mas até agora não obtiveram qualquer resposta.
/Lusa
vergonhoso…….!
Atenção que se o paciente morreu no caminho, a entrada nas Urgências é obrigatória, já que a pronúncia de morte só pode ser por um médico.