Caçadores da Torre Bela não tinham de comunicar transporte de animais abatidos para Espanha

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Os animais mortos na Quinta da Bela, na Azambuja

Os caçadores espanhóis não tinham de comunicar à Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) o transporte das carcaças para Espanha, nem era obrigatória a presença de um veterinário na Herdade.

Segundo a TSF, o esclarecimento foi enviado aos deputados do Bloco de Esquerda, numa resposta por escrito. O partido questionou o Ministério da Agricultura sobre o número concreto de animais abatidos nesta caçada e noutras semelhantes com animais de grande porte.

“O transporte de peças de caça não esfoladas para um estabelecimento de manipulação de caça selvagem em Espanha constitui uma troca intracomunitária, pelo que não carece de autorização da DGAV”, lê-se na resposta da tutela.

A comunicação anterior também não tem de ser feita pelas entidades gestoras de caça à DGAV, nem a DGAV tem “competência para efetuar controlos ao transporte para o estrangeiro de animais abatidos em atos de caça”.

A rádio avança ainda que não era obrigatória a presença de um veterinário, uma vez que a Herdade da Torre Bela está fora da zona de risco com medidas de controlo da tuberculose em animais destas espécies de caça maior.

À TSF, Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda, afirmou que a resposta do Governo revela que estas montarias estão fora de controlo.

“A DGAV não tem envolvimento nesta questão e a emissão da guia de transporte é feita através do ICNF, mas esta última é delegada às entidades gestoras de caça responsáveis pela organização das caçadas, o que faz notar que há pouca intervenção do Estado, nomeadamente na garantia da fiscalização do bem-estar animal e da saúde pública”, disse.

Cerca de 540 animais, entre os quais javalis, gamos e veados, foram mortos em dezembro numa montaria de 16 caçadores na Quinta da Torre Bela, na Azambuja.

ZAP //

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