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Cabul exige esclarecimentos depois de Trump afirmar ter planos que podem “varrer o Afeganistão da face da terra”

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Jim Lo Scalzo / EPA

Depois que o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ter dito que tem planos militares que poderiam acabar com o Afeganistão e matar milhões de pessoas, Cabul reagiu com indignação e exigiu esclarecimentos.

Após os comentários de Donald Trump, o gabinete do presidente afegão, Ashraf Ghani, disse num comunicado que o Afeganistão “nunca permitirá que qualquer potência estrangeira determine o seu destino”, avançou o Raw Story na terça-feira.

“Enquanto o governo afegão apoia os esforços dos EUA para garantir a paz no Afeganistão, realça que os chefes de Estado estrangeiros não podem determinar o destino do Afeganistão na ausência da liderança afegã”, referiu o gabinete na nota informativa.

Os comentários de Donald Trump foram feitos durante uma reunião com o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, que decorreu na segunda-feira.

“Não estamos a travar uma guerra”, disse o Presidente norte-americano sobre o conflito liderado pelos EUA, que durou quase 18 anos – a mais longa guerra da história americana. “Se quiséssemos travar uma guerra com o Afeganistão, e vencê-la, eu poderia vencer essa guerra numa semana. Eu só não quero matar 10 milhões de pessoas”.

“Tenho planos para o Afeganistão e, se eu quisesse vencer essa guerra, o Afeganistão seria varrido da face da Terra. Teria ido embora”, acrescentou. “Acabaria em, literalmente, em 10 dias. E eu não quero fazer isso – eu não quero seguir esse caminho”.

O população afegã expressou repulsa pelos comentários de Donald Trump, que chegaram ao país através do enviado norte-americano, Zalmay Khalizad.

Shakib Noori, um empresário que vive em Cabul, disse à Reuters que os comentários de Donald Trump foram “constrangedores e um insulto para todos os afegãos”. O escritor afegão-americano Khaled Hosseini expressou um sentimento semelhante, classificando as declarações como “irresponsáveis” e “aterradoras”.

Já Rahmatullah Nabil, ex-chefe da inteligência afegã e candidato à presidência, criticou Donald Trump no Twitter.

TP, ZAP //

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