A Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou, esta quinta-feira, que as situações de burla foram as grandes responsáveis pelo aumento da criminalidade denunciada em 202. Em média, há 200 destas queixas por dia.
Mais de 17% de toda a criminalidade denunciada à PSP, em 2023, foram burlas.
Em comunicado, PSP indica que o número total de burlas tem vindo a aumentar nos últimos anos, tendo sido registadas 46.836 em 2022 e 61.916 em 2023 ocorrências.
Em 2023 verificou-se um aumento de 21% do número de ocorrências com burlas em comparação com 2022, representando uma subida de 24,3% (15.080) do total de burlas denunciadas.
A PSP refere que recebe, em média, 200 queixas de burla por dia.
No comunicado, a PSP diz que, “apesar do elevado número de denúncias de burlas, a taxa de detenções é diminuta, tendo em conta a dificuldade em detetar o suspeito em flagrante delito e proceder à sua detenção”, acrescentando tratar-se de uma “tipologia de crime bastante complexa de se investigar, dificultando a identificação de potenciais suspeitos e a sua consequente detenção”.
Em 2021 foram detidas 38 pessoas, em 2022 foram 58 e no ano passado 79, segundo os dados da polícia.
Os idosos continuam a ser as vítimas preferidas no que diz respeito à modalidade de atuação de forma presencial, mas nos últimos anos e acompanhando a evolução tecnológica, pessoas de todas as faixas etárias têm sido alvo.
Medidas de precaução
Na nota, a PSP deixa algumas medidas de precaução, destacando que a “forma mais eficaz para se evitar ser vítima de um crime de burla é apostar na prevenção, suspeitando e duvidando de pessoas que não conhecemos, bem como de negócios que tragam dividendos demasiado avultados e de forma rápida“.
A PSP aconselha também as vítimas a denunciar as burlas às autoridade, pois só assim é possível dar início ao processo de investigação criminal.
É ainda desaconselhado fazer qualquer tipo de transferência de dinheiro para pessoas que anunciam na internet, sem que esteja certo de que o anunciante é legítimo, e a guardar todas as trocas de ‘emails’, fotos e mensagens, caso, por exemplo, o arrendamento não corra como acordado ou tenha sido vítima de burla.
Aconselha igualmente a não aceder a endereços enviados através de ‘emails’ de outras plataformas para efetuar o negócio, a solicitar referências ou dados adicionais sobre os produtos à venda, os imóveis a arrendar ou genericamente o objeto do contrato e a pesquisar dados e contactos do anunciante.
No que diz respeito às burlas realizadas de forma presencial, a PSP aconselha as pessoas a contactar a polícia se for detetado algum movimento estranho no prédio ou bairro e a não abrir a porta se baterem a pedir informações.
ZAP // Lusa