Luciano Benetton diz que foi traído e percebeu “algo errado” há alguns meses. Mas medida não terá “nenhum impacto” em Portugal.
Há problemas orçamentais sérios na Benetton.
O fundador da Benetton, Luciano Benetton, disse que a empresa tem um “buraco orçamental de cerca de 100 milhões de euros”, adiantando que terão de ser “feitos sacrifícios”, quando se prepara para abandonar o cargo de presidente.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, que foi publicada no sábado, Luciano Benetton disse que as contas da empresa têm um “buraco orçamental de cerca de 100 milhões de euros”, deixando reparos à administração.
“Eu confiei e errei. Fui traído no verdadeiro sentido da palavra. Há alguns meses percebi que algo estava errado. A fotografia que a alta administração do grupo nos apresentou não era real”, lamentou.
Benetton admitiu que “vão ter de ser feitos sacrifícios”, apesar de não avançar detalhes.
Ainda assim mostrou-se confiante quanto ao futuro da marca, acrescentando que “todos os esforços vão ser encetados para redescobrir a energia […] e dar uma nova vida” à Benetton.
O fundador da marca de roupa italiana referiu ainda que o presidente executivo da empresa, Massimo Renon, e a sua equipa tem uma “visão e tradição de mercado completamente diferente” da Benetton.
Em Portugal
A Benetton garantiu à Lusa que as medidas adotadas para travar o “buraco orçamental” de 100 milhões na empresa não vão ter impacto em Portugal e adiantou que, brevemente, vai ser nomeado um novo presidente executivo.
“A medida não terá nenhum impacto em Portugal“, assegurou fonte oficial da marca de roupa italiana, em resposta à Lusa.
A Benetton adiantou ainda à Lusa que “a empresa continua” e que já foi confirmado pela família que, “em breve, será nomeado um novo CEO” (presidente executivo).
O mandato do Conselho de Administração da empresa termina em junho, estando agendada uma reunião para dia 18 do mesmo mês.
O grupo tem uma rede comercial de cerca de 5.000 lojas.
A Benetton está presente de Norte a Sul de Portugal, contando só em Lisboa e no Porto com cerca de 20 lojas.
ZAP // Lusa