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Buldogues podem estar num beco sem saída genético

Um estudo nos EUA demonstrou que a diversidade genética da raça buldogue é tão limitada que não é suficiente para melhorar algumas características problemáticas para a saúde dos animais. Para salvar os buldogues, será preciso misturá-los com outras raças.

A raça buldogue ou buldogue inglês é uma das mais populares do mundo, com uma personalidade forte e dócil e um corpo roliço.

No entanto, uma nova análise sobre a raça, publicada na Canine Genetics and Epidemiology por investigadores da Universidade da Califórnia, mostra que o buldogue tem pouca diversidade genética, e por isso os criadores enfrentam dificuldades em melhorar algumas das suas características problemáticas.

Assim, em breve será necessário misturar a raça com outras para que possa sobreviver.

Este problema vem da origem do buldogue, que descende de apenas 68 indivíduos do início do século XIX.

O s cruzamentos entre cães da mesma família e a seleção de características físicas extremas – como o nariz curto – também representam desafios para a raça.

Os buldogues não têm vida média muito longa: vivem cerca de seis anos.

Entre os problemas de saúde mais comuns nesta raça estão problemas respiratórios, cancro, displasia, cistos interdigitais, alergias e problemas oftalmológicos. As pregas do rosto do cão também os tornam mais suscetíveis a infecções e as pequenas cavidades nasais dificultam a regulação térmica.

O autor principal do estudo, Niels Pedersen, explica que a raça alcançou o ponto em que a sua popularidade não pode justificar problemas de saúde que o buldogue é obrigado a enfrentar durante sua vida. Infelizmente, pouco mais há a fazer por estes cães sem envolver a mistura com outras raças.

“As melhorias da saúde pela manipulação genética requerem a existência de diversidade para que os cruzamentos possam ser feitos, ou que a diversidade seja aumentada ao misturá-los com outras raças. Constatamos que há pouco espaço para “manobra genética” dentro da raça para fazer mudanças adicionais”, descreve o cientista.

O genoma dos buldogues tem mudado constantemente desde o século XIX, mas as alterações têm-se tornado mais pronunciadas nas últimas décadas. Os criadores fazem o melhor para lidar com a pequena diversidade que existe, mas muitos filhotes ainda vêm de pais da mesma família.

Pederson explica que eliminar as mutações genéticas problemáticas ao selecionar os indivíduos mais saudáveis para a reprodução não resolveria o problema, já que isso reduziria ainda mais a diversidade genética.

Para examinar a constituição genética da raça, Pederson e a sua equipa examinaram 102 buldogues – 87 dos EUA e 15 de outros países. Estes cães foram comparados com outros 37 cães da mesma raça que exibiam problemas sérios de saúde, para determinar se os problemas genéticos eram resultado da reprodução por criadores comerciais legalizados ou por “fábricas de cães” ilegais, onde a reprodução é feita de forma abusiva.

O estudo não apontou relação entre os problemas e o tipo de criação.

Num esforço para solucionar o problema, alguns criadores suíços têm misturado buldogues com o Olde English Bulldogge, uma raça desenvolvida recentemente nos EUA na tentativa de recriar o saudável Antigo Buldogue Inglês, atualmente extinto.

Apesar de o resultado da mistura ser um pouco diferente do “buldogue puro”, esta mistura poderia melhorar a saúde dos buldogues do futuro.

HypeScience

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