Bugalho traça “linhas vermelhas” da AD e diz o que o faria “levantar para sair” do Parlamento

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Paulo Novais / LUSA

O cabeça de lista da AD às eleições europeias, Sebastião Bugalho

O candidato da AD às eleições europeias Sebastião Bugalho revela que não fará “campanha” por António Costa para um cargo europeu e garante que vai traçar “linhas vermelhas” aos partidos da direita radical no Parlamento Europeu (PE).

Em entrevista à Rádio Renascença e ao jornal Público, Sebastião Bugalho, de 28 anos, reforça que as eleições europeias de 9 de Junho, onde será cabeça de lista da Aliança Democrática (AD), “importam para o país”, “para o futuro da Europa” e também “importam para os equilíbrios políticos que neste momento não são evidentes na Assembleia da República”.

A referência de Bugalho tem no horizonte a discussão do Orçamento de Estado para o próximo ano e o político acredita que a proposta da AD “vai passar”, “que não vai haver eleições antecipadas e que vai haver estabilidade política“.

Mas se existirem eleições antecipadas, assegura que não tenciona ser candidato e que pretende cumprir o mandato europeu até ao fim.

Ainda de olho na vida política nacional, Bugalho recusa comentar directamente a atitude do presidente da Assembleia da República (AR), José Pedro Aguiar-Branco, que, na semana passada, disse que um deputado pode fazer considerações racistas e xenófobas no Parlamento, após André Ventura ter dito que os turcos não são conhecidos por trabalhar muito.

“Legalmente e do ponto de vista regimental, um deputado pode dizer isso. Moralmente e politicamente não o deve fazer“, sublinha o candidato da AD.

“O equilíbrio entre a liberdade de expressão num Parlamento que tem de ser sagrado é muito difícil de gerir com a defesa de direitos de minorias e direitos humanos“, acrescenta, deixando uma promessa.

“Se estiver algum dia sentado num plenário, seja na AR, seja no Parlamento Europeu (PE), e alguém fizer uma discriminação étnica desse género, ou sobre qualquer outro tipo de minoria, posso garantir que só teria duas reações. A primeira era responder para condenar e a segunda era levantar-me para sair da sala“, garante.

As “linhas vermelhas” da AD

Bugalho também está disposto a traçar “linhas vermelhas” a alguns partidos do grupo Identidade e Democracia, de que faz parte o Chega e o Alternativa para a Alemanha (AfD) de extrema-direita.

“Não há qualquer hipótese de diálogo” com partidos como o AfD, constata.

“As linhas vermelhas da AD no PE são as linhas vermelhas de Ursula von der Leyen enquanto presidente da Comissão Europeia”, diz ainda, explicando que passam pela rejeição de “partidos que não sejam europeístas, que não cumpram com as regras do Estado de Direito e que não apoiem a Ucrânia“.

“Não é preciso descobrir a pólvora”

Bugalho defende ainda que o Partido Popular Europeu (PPE) de que a AD faz parte, precisa de se adaptar-se às mudanças.

O PPE “existe, como nós o conhecemos, desde 1997”, nota, salientando que nasceu em 1995.

“Obviamente que alguém que tem estes anos de vida não fez sempre tudo bem. A realidade vai mudando. Nós também temos que nos adaptar a um mundo em mudança“, considera.

O candidato da AD também refere que “há uma grande distância entre as instituições europeias e os europeus, mas não há uma grande distância entre os europeus e a União Europeia”. “E o PE pode ter uma responsabilidade nessa aproximação“, aponta.

“Não é preciso descobrir a pólvora para resolver o problema: é fazer cumprir o Tratado de Lisboa“, acrescenta, salientando que isso passa por “fazer com que os Parlamentos nacionais sejam mais incluídos e façam parte com mais protagonismo, com maior dimensão, no processo legislativo e no processo político europeu”.

Quanto à candidatura de António Costa a um cargo europeu, Bugalho diz que continua a defender “a reciprocidade” e que “ninguém da AD” o tentou “pressionar em nenhum dossiê”. Mas nota que não vai “fazer campanha a favor de António Costa”.

“Não nos vamos pendurar em cima da situação de António Costa para fazer campanha. Mas também não vamos fazer campanha a favor dele”, conclui.

ZAP //

5 Comments

  1. Olhe que não…Olhe que não…
    Eu comento, mas… nao basta.
    Poderia mesmo deliciar-se ou até cansar-se com leituras de comentários da minha parte, mas …
    As vontades e os tempos, os tempos e as vontades… não o têm permitido.
    Deixo uma sugestão, um desafio: pense nisso, se lhe parecer interessante ou, quiçá, pertinente, Senhor André.

  2. Lucinda, tu comentas rigorosamente nada.
    Levo-me a crer (e já alguém terá vincado isso) que a dor de cotovelo é muito forte… o que tu estás a fazer é lançar veneno para a Direita, não deixando que haja estabilidade para cumprirem as suas funções.
    Deixa-te de bostas, e faz mais introspeção. Obrigado!

    Já agora, muitos perguntam (o Eu!, a Ana Campos, etc…) que idade tens… ajudaria a entender a pobreza de comentários que pões aqui. Só o que te cheira: porque achas que os “vermelhos” não desgraçaram este “país” nos nove anos que tiveram depois de o Passos ir embora… é a coisa mais triste e lamentável, e deveria fazer-te pensar.

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