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Brincar faz bem ao cérebro (incluindo o dos adultos)

swambo / Flickr

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Ao longo dos últimos anos, diversas áreas da ciência têm tentado perceber porque é que uma simples brincadeira pode fazer tão bem ao nosso cérebro. As conclusões são claras: brincar é importante não só para o desenvolvimento das crianças como também para melhorar a qualidade de vida dos adultos.

Um desses últimos estudos foi conduzido pelo psiquiatra Stuart Brown, fundador do The National Institute for Play. O investigador começou a interessar-se pelo tema quando percebeu, nas suas pesquisas, que os grandes criminosos da história quase não tinham brincado durante a sua infância.

“Nada ilumina mais o nosso cérebro do que brincar. As brincadeiras tridimensionais ativam o cerebelo, mandam vários impulsos para o lobo frontal, ajudam o desenvolvimento da memória contextual, entre outros benefícios”, explica.

A investigação, feita com um grupo de ratazanas, comprova a importância da brincadeira na infância para conseguirmos sobreviver na vida adulta.

Os animais foram divididos em dois grupos, sendo que um deles foi impedido de brincar em determinada fase da infância. Quando confrontados com o perigo, neste caso o cheiro a gato, ambos se esconderam.

No entanto, a diferença entre os dois é que o grupo de ratos que nunca tinha brincado escondeu-se para sempre e acabou por morrer. Os restantes animais voltaram lentamente a ganhar confiança para sair da sua zona de conforto.

“Uma coisa muito peculiar sobre a nossa espécie é que fomos concebidos para brincar ao longo de toda a nossa vida”, destaca Brown.

Segundo o investigador, a base da confiança humana é estabelecida a partir dos sinais que surgem num brincadeira como, por exemplo, o tom de voz, os gestos corporais ou as expressões faciais. Esses sinais começam a desvanecer-se à medida que vamos crescendo o que, na perspetiva de Brown, é  “uma lástima”.

A definição de neotenia

O investigador acredita que todos os seres humanos deviam guiar-se por uma palavra durante toda a vida: a “neotenia”, termo usado para descrever a retenção das qualidades infantis na fase adulta.

De acordo com diversos estudos antropológicos, os humanos são as criaturas mais “neoténicas” de todas, isto é, são as mais juvenis, flexíveis, plásticas e, portanto, as que mais facilidade têm para se adaptar.

Por isso, Brown sugere que cada um de nós analise o próprio histórico de brincadeiras e pense numa memória alegre ou brinquedo que nos tenha marcado.

Esse símbolo da infância pode transformar-se numa ferramenta verdadeiramente importante para a vida pessoal e profissional, garante o psiquiatra.

O investigador explicou melhor como fazer esse teste durante uma palestra no TED 2008:

ZAP / The Greenest Post

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