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Brasileiro foi mesmo executado na Indonésia

DR Marco Archer

O advogado Utomo Karim com Marco Archer (à direita), em Cilacap, na Indonésia.

O advogado Utomo Karim com Marco Archer (à direita), em Cilacap, na Indonésia.

Marco Archer, o brasileiro condenado à morte pelas autoridades indonésias, por tráfico de droga, foi este sábado executado, conjuntamente com outras cinco pessoas, entre as quais quatro estrangeiros, noticiou o Indonesian on Sunday, citando fonte do gabinete do procurador-geral da Indonésia.

Além do Brasil, os cidadãos estrangeiros eram originários da Holanda, Vietname, Malawi e Nigéria e foram todos executados por um pelotão de fuzilamento, noticiou a AFP.

O cidadão brasileiro é Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, instrutor de voo livre, que foi condenado por tráfico de drogas em 2013.

Os condenados, entre os quais um cidadão indonésio, foram executados por fuzilamento na prisão de Nusakambangan às 00:30 horas de domingo (17:30 de hoje em Lisboa), segundo o portal Merdeka.com.

Uma cidadã vietnamita foi executada na prisão de Boyolali, pelas 00:00, de acordo com a televisão local TVOne.

Uma fonte da embaixada do Brasil em Jacarta disse à Lusa que no final da manhã de domingo (madrugada de Lisboa), se realiza uma cerimónia, antes da cremação do corpo do cidadão brasileiro, num local próximo da prisão.

A cerimónia contará com a presença de uma tia do brasileiro, que se deslocou à prisão para passar o sábado com o condenado, e um representante da embaixada.

A tia do recluso levou-lhe bacalhau comprado em Portugal e algumas cartas de familiares, segundo o jornal Globo.

O Presidente indonésio negou, na sexta-feira, o pedido de clemência feito por telefone pela sua homóloga brasileira, Dilma Rousseff, dizendo que “todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei, e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”, segundo uma nota do Governo de Rousseff.

Para além de Archer Cardoso Moreira, a Presidente brasileira pediu clemência para Rodrigo Muxfeldt Gularte, que aguarda no corredor da morte.

No mesmo dia, o Brasil encaminhou para a Santa Sé um dossiê com detalhes do caso do cidadão brasileiro, na esperança de que o papa Francisco possa interceder, de acordo com o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia, citado pela agência Brasil.

Nos últimos dias, várias organizações de defesa dos direitos humanos indonésias e internacionais pediram um adiamento da execução.

“As execuções devem ser paradas imediatamente. A pena de morte é uma violação dos direitos humanos”, disse Rupert Abbott, diretor de Investigação da Amnistia Internacional para o sudeste Asiático e Pacífico, em comunicado.

Também amigos do brasileiro fizeram vários apelos às autoridades indonésias em jornais locais e nas redes sociais.

Marcos Prado, produtor dos filmes “Tropa de Elite” e “Tropa de Elite 2”, e amigo pessoal do recluso, disponibilizou na quinta-feira um vídeo na rede social “youtube”, com declarações de Marco Archer Cardoso Moreira.

“Nem quero acreditar que vão colocar-me uma venda e, sem injeções nem nada, fuzilar-me até à morte, não acredito que a minha vida termine dessa maneira dramática”, disse o condenado pela justiça indonésia.

No vídeo, Rodrigo Muxfeldt Gularte admitiu que cometeu um “erro gravíssimo”, e disse que pediu perdão às autoridades e que o seu sonho era “voltar ao Brasil e explicar aos jovens que a droga só tem dois caminhos, a prisão ou a morte”.

Para este ano estão previstas 20 execuções por fuzilamento na Indonésia, depois de no ano passado as autoridades do país asiático não terem executado nenhum condenado.

As leis da Indonésia contra os crimes narcotráfico estão entre as mais duras em todo o mundo.

/Lusa

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