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Brasil investiga massacre de mais de 10 membros de tribo isolada

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(dr) G. Miranda / FUNAI/Survival

Uma quinta parte da tribo poderá ter sido massacrada

A Procuradoria-geral brasileira está a investigar o massacre de uma dezena de membros de uma tribo isolada, incluindo mulheres e crianças, na Amazónia, que teria sido realizado por mineiros, segundo informou a organização Survival na sexta-feira.

O crime terá ocorrido em agosto na reserva de Vale do Javar, no rio Jandiatuba, cujo leito, com cerca de 500 quilómetros, banha várias reservas indígenas no estado do Amazonas.

“Caso se confirme, uma quinta parte da tribo pode ter sido exterminada”, denunciou em comunicado a organização não-governamental Survival, fundada em 1969 por um grupo de ativistas “chocados com o genocídio dos índios na Amazônia”.

O caso foi conhecido depois de “os autores se vangloriarem das mortes mostrando ‘troféus’ na cidade próxima”, indicou a associação, que informou também da detenção de dois mineiros ilegais pela sua alegada participação no crime.

Segundo a Survival, trabalhadores da Fundação Nacional do Índio do Brasil “confirmaram os detalhes do ataque” e acreditam que há “mulheres e crianças” entre as vítimas mortais.

A área em que o massacre ocorreu é conhecida como a Fronteira Isolada Amazônica, onde vive o maior número de tribos isoladas do mundo.

A Survival critica o facto de “diversas equipas do Governo” que vigiam estes territórios “terem visto reduzido o seu orçamento pelo governo” o que obrigou ao encerramento de várias bases de proteção.  A Survival acusa o governo do presidente Temer de ser “extremamente anti-indígena” e de ter fortes laços à bancada rural no Congresso.

Os conflitos entre índios e grandes proprietários de terras têm-se agravado, resultando em matanças de membros de diferentes etnias às mãos de grupos armados não identificados.

ZAP // Lusa

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